Balança de MG atinge superávit de US$ 1 bi

Embora as exportações de Minas Gerais tenham caído no primeiro mês de 2022, puxadas pelo minério de ferro, o saldo da balança comercial do Estado apresentou superávit de US$ 1,138 bilhão, ao contrário da média nacional, cujo déficit chegou a US$ 176 bilhões. O resultado decorre da venda de US$ 2,26 bilhões em produtos mineiros ao mercado internacional menos a compra de outros US$ 1,124 bilhão em itens importados.
Segundo dados do Ministério da Economia, o montante vendido ao exterior é 1,7% menor que os US$ 2,3 bilhões apurados em janeiro de 2021. Já em termos de volume, as 8,8 milhões de toneladas do mês passado são 24% menores que as 11,6 milhões de toneladas de um ano antes. No que se refere às importações, os US$ 1,124 bilhão cresceram 40% sobre os US$ 801 milhões do primeiro mês do exercício passado. E as toneladas saíram de 902 mil para 930 mil neste exercício – crescimento de 3%.
A corrente comercial, que é a soma das exportações e importações, começou o ano em alta. No mês passado, o cálculo chegou a US$ 3,38 bilhões, elevação de 14,5% em relação a idêntico mês do ano anterior.
Tratando-se especificamente do saldo da balança, os US$ 1,138 bilhão foram menores que os US$ 1,46 bilhão apurados um ano antes. O que na avaliação do consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, não necessariamente indica que 2022 será um ano complexo para o comércio exterior do Estado. Segundo ele, ainda é cedo para traçar quaisquer análises ou perspectivas para o ano. É preciso fechar, pelo menos, os três primeiros meses para ter uma perspectiva do que será o exercício.
“Para se ter uma ideia, no ano passado também tivemos um déficit na balança comercial brasileira no primeiro mês e, nem por isso, o desempenho do ano foi negativo. No caso de Minas, o saldo foi menor que no ano passado, mas precisamos considerar que naquela época a economia não ia bem. E que agora já estamos praticamente no ritmo pré-pandemia, o que leva ao aumento da importação, e as exportações foram prejudicadas pelo cenário do minério de ferro”, explica.
Por falar em minério de ferro, o principal item da pauta exportadora de Minas Gerais teve forte queda no primeiro mês deste ano. O valor comercializado no mercado internacional foi de US$ 585 milhões contra US$ 1,1 bilhão do ano passado. Isso representa uma baixa de quase 50%. Em volume, a diferença foi de 26%: 7,8 milhões de toneladas sobre 10,6 milhões de toneladas, respectivamente.
Neste caso, Brito chama atenção tanto para a queda da cotação do insumo siderúrgico no mercado internacional quanto para a menor demanda dos compradores, especialmente a China. “O volume caiu e a baixa no faturamento foi ainda maior”, destaca.
Já as receitas com o café alcançaram US$ 531 milhões no primeiro mês de 2022. O resultado foi 40% maior que em janeiro de 2021 – US$ 362 milhões. Ao todo, foram exportadas 142,6 mil toneladas do grão, volume 13% menor que as 164 mil toneladas do ano passado.
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