Economia

Banco Central eleva projeção do PIB do Brasil de 1% para 1,7%

Banco Central eleva projeção do PIB do Brasil de 1% para 1,7%
Diogo Abry Guillen, ​​​Diretor de Política Econômica | Crédito: Raphael Ribeiro/ BC

O Banco Central do Brasil (BCB) informou, hoje, que está elevando a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil  de 1% para 1,7%. O anúncio ocorreu em meio à coletiva de imprensa sobre a condução da política monetária adotada. Vale lembrar que a reunião trimestral ocorreu antes da divulgação do boletim, com previsão de publicação no próximo dia 30 de junho. 

De acordo com o diretor de política econômica do BCB, Diogo Adry Guillen, isso ocorre porque o PIB veio acima do esperado nos dados analisados pela autarquia. Devido, conforme explicou, à utilização da poupança, à política fiscal transitória e, principalmente, ao consumo de serviços.

Apesar de considerar a atividade como uma surpresa positiva, Guillen ponderou que a projeção para o segundo semestre é de desaceleração, como reflexo da política de aperto monetário. Entre essas medidas abrangidas pelas restrições, estão a elevação da taxa básica de juros (Selic) para frear a demanda e reduzir os preços. 

Incertezas e ambiente externo 

Guillen pontuou, ainda, que as incertezas seguem permeando a economia brasileira e global. No ambiente externo, o diretor cita, por exemplo, as pressões que atuam sobre o preço de commodities. No contexto, estão presentes a chamada política da Covid Zero na China. Na prática, a iniciativa consiste em medidas consideradas duras para conter a pandemia no País. 

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Como reflexo do fechamento total ou parcial de cidades chinesas, o mundo sofre diante da interrupção do retorno de insumos às cadeias produtivas. Isso significa, para as indústrias, que os recursos não estarão disponíveis nos níveis pré-pandemia. Essa é uma dificuldade que desde o início da pandemia da Covid-19 aumenta o preço de itens produzidos pela indústria em todo o mundo.  

Ainda no cenário externo, Guillen citou a restrição no comércio de produtos agrícolas. O desequilíbrio foi provocado devido à guerra deflagrada na Ucrânia. 

Atividade econômica e PIB

No que diz respeito à atividade econômica, o diretor de política econômica do BCB afirmou que também surpreendeu a queda da taxa de desocupação no País. Conforme ele, o indicador já está abaixo dos patamares pré-pandêmicos. No entanto, lembra que há perdas acumuladas no rendimento. Dessa forma, a massa salarial brasileira não reflete o crescimento das pessoas ocupadas. 

Houve, ainda, um aumento na utilização dos serviços. “Passada a (variante) ômicron, você tem aumento do consumo de serviços e comércios, e isso aparece na atividade econômica e nos níveis de confiança do mercado”, avaliou Guillen. 

Desaceleração global, segundo Guillen

Além disso, o diretor do Banco Central do Brasil chamou a atenção para um fenômeno mundial. Os países emergentes estão praticando políticas monetárias mais apertadas. Mas essa realidade também está presente em países avançados, o que acrescenta um ambiente de volatilidade adicional aos países emergentes.

Projeções da Selic

O BCB prevê que a taxa de juros básica (Selic) deve terminar o ano em 13,25% ao ano, sendo este o patamar atual do indicador econômico. Em 2023, a previsão é que a Selic feche o ano em 10,0% e 7,50% em 2024. 

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, reiterou a decisão da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BCB. Como destaque, o Copom considera que diante do cenário avaliado, o Banco seguirá avançando no ciclo de aperto monetário. 

Para a próxima reunião do Copom está previsto um novo ajuste de igual ou menor peso em relação ao último ajuste de 0.50 pontos percentuais na Selic.

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