Banco do Nordeste aumenta em quase R$ 1 bilhão desembolsos para Minas Gerais

O Banco do Nordeste desembolsou R$ 2,38 bilhões para Minas Gerais de janeiro a novembro deste ano. O volume é quase R$ 1 bilhão maior (R$ 968 milhões) do que o desembolsado no mesmo período no ano passado.
A maior alta foi percebida entre as micro e pequenas empresas. Neste segmento, foram R$ 504 milhões em desembolsos, o equivalente a um aumento de 34,59%.
O superintendente estadual do banco, Wesley Maciel, atribui tamanho crescimento, ao trabalho que a atual gestão da instituição para desburocratizar os processos. Segundo ele, como se trata de dinheiro público, os processos envolvem uma série de exigências legais e normativas.
“O banco tem feito uma desburocratização nos processos, especialmente para empréstimos que possuem garantia de fiança, e isso permitiu que a gente avançasse com alguns desembolsos que estavam programados para mais adiante”, explica.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Outro motivo atribuído por Maciel ao crescimento, é a expansão da área mineira da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Em 2021, 81 municípios mineiros e três capixabas foram incluídos na área de abrangência da superintendência.
De acordo com o superintendente, a área de expansão mineira da Sudene corresponde ao Vale do Rio Doce e tem, gradativamente, elevado as contratações, o que consequentemente eleva também os desembolsos.
“São cerca de 80 novos municípios que não recebiam crédito e hoje recebem, como, por exemplo, Governador Valadares. Só agora a agência de lá fez um ano e pode operar e efetivamente contratar operações e trabalhar esses desembolsos”, explica Maciel.
Aportes nas áreas prioritárias
Por fim, o crescimento de aportes nas áreas prioritárias também é visto como fator de impacto na alta dos desembolsos. “Conseguimos avançar nos portos prioritários, especialmente, entre as micros e pequenas empresas. O crescimento foi de mais de R$ 100 milhões: saímos de R$ 327 milhões para R$ 504 milhões”, comenta o superintendente Wesley Maciel.
Ele pontua que o tíquete médio das operações para este público que é prioritário para o banco é pequeno, e que crescer a faixa média de R$ 135 milhões em desembolsos significa aumentar muito a prospecção e os negócios com eles, já que os tíquetes giram em torno de R$ 50 mil a R$ 100 mil.
Agricultura familiar também se destaca
A agricultura familiar também é destaque no balanço de desembolsos da instituição. Apesar de haver uma variação negativa no ano se comparado a 2023 (uma redução de 0,68%), o setor foi responsável pela maior parte da concessão de crédito. De janeiro a novembro deste ano, foram R$ 1,08 bilhão, fatia que representa 38,2% do valor total desembolsado no ano.
“O banco conseguiu se aproximar cada vez mais desses clientes, que são prioritários para nós, e fazer mais negócios com ele”, pontua Maciel.
Infraestrutura registrou a maior redução
No caminho contrário, o setor de infraestrutura foi o que registrou maior redução de desembolsos no período, com queda de 63%. Sobre esta queda, o superintendente estadual do banco explica trata-se de “uma questão de cronograma”.
“Na infraestrutura, os projetos estruturantes são mais complexos, e dependem de documentos fiscais e importações. Então, às vezes, a gente contrata [o crédito], mas acaba demorando para fazer o desembolso. Não quer dizer que não estamos contratando para o setor. Certamente devemos encerrar 2024 superando os desembolsos feitos em 2023”, justifica.
Desembolsos podem ser maiores em 2025
Apesar do crescimento expressivo e uma base forte em 2024, o superintendente estadual do banco do Nordeste, Wesley Maciel, acredita que, em 2025, os desembolsos podem ser tão altos quanto os de 2024.
Com a expansão do número de municípios na área da Sudene, o Banco do Nordeste está ampliando o número de agências no Vale do Rio Doce. Atualmente, são duas: Governador Valadares e Aimorés. Em breve, outras três serão inauguradas nos municípios de Guanhães, Mantena e Inhapim.
“Com as cinco agências inauguradas, com certeza, geraremos maiores desembolsos em 2025 do que geramos em 2024. Essas agências trazem um potencial maior de contratações e futuros desembolsos”, comenta Maciel.
A expansão do polo farmoquímico em Montes Claros também contribui para o otimismo de Maciel para o ano que vem. Em função das grandes empresas farmacêuticas que têm se instalado na região, há uma maior disponibilidade de recursos para Minas Gerais.
“Em Montes Claros, tem acontecido o que eu chamo de segunda revolução industrial, especificamente com o polo farmoquímico. São grandes indústrias farmacêuticas se instalando na região e que são nossos clientes e devem ajudar a superar os número de 2024”, conclui.
Ouça a rádio de Minas