Economia

Bancos são falíveis, diz Galípolo após liquidação do Master

O BC decretou a liquidação do Master na semana passada
Bancos são falíveis, diz Galípolo após liquidação do Master
Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira (24) que o regulador precisa de uma evolução constante e que bancos são instituições falíveis. Na ocasião, o chefe da autarquia havia sido questionado sobre a liquidação do Banco Master.


“Como vocês podem observar, bancos são instituições falíveis. Acontece nos EUA, na Suíça. O importante é aprendermos e inovarmos para não repetirmos problemas”, afirmou Galípolo, durante evento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).


O BC decretou a liquidação do Master na semana passada, após a prisão de seu dono, Daniel Vorcaro.
Segundo a Operação Compliance Zero, o banco vendeu carteiras de consignado inexistentes ao BRB, estimadas em R$ 12,2 bilhões. O caso levou o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) a preparar a maior indenização da sua história, de R$ 41 bilhões.


De acordo com Galípolo, é preciso ampliar o perímetro regulatório para englobar toda a liquidez do sistema.


“A obra de supervisão nunca está completa. Não só da supervisão. O Banco Central não tem ponto de chegada. É um movimento contínuo.”


Para isso, o economista reforçou a necessidade de fortalecer o BC, especialmente em termos financeiros, para que a autoridade tenha capacidade de investir em melhorias.


“É muito importante que o BC tenha recursos para fazer investimento. Hoje, por exemplo, a inteligência artificial oferece uma série de ganhos para o setor de supervisão, para que você não tenha que trabalhar mais com a amostragem, com automação e fazer uma série de investimentos nessa área. Só para citar um exemplo, e é muito importante que o Banco Central consiga ter esse avanço”, disse o economista.


Perguntado sobre o quadro fiscal brasileiro e a Selic de 15% ao ano, Galípolo voltou a afirmar que o BC não está satisfeito com o atual nível da inflação, fora da meta, e que irá persegui-la.


“Não é papel do BC ser ombudsman da política fiscal. A bola que temos que ficar de olho é a inflação”, afirmou o presidente do BC.


Nos últimos 12 meses, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou alta de 4,68%. O teto da meta do BC é 4,5%.


“Quando o presidente Lula me convidou, eu falei: ‘o senhor tem consciência que eu sou zagueiro agora, a sua última linha de defesa. A bola não pode passar. Esse é o papel do Banco Central'”, afirmou o economista indicado por Lula para chefiar a autoridade monetária.

Conteúdo distribuído por Folhapress

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