Economia

Bares e restaurantes de BH estimam faturar 20% a mais neste ano

Bares e restaurantes de BH estimam faturar 20% a mais neste ano
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

Bares e restaurantes da capital mineira aguardam com ansiedade o Dia das Mães, quando esperam faturar 20% a mais do que em 2019, último ano em que a data foi comemorada nesses estabelecimentos, antes da pandemia. Esta é a segunda data mais importante para o comércio e impacta especialmente o setor de alimentação.

 “O Dia das Mães é, sem dúvida nenhuma, uma das grandes datas para os restaurantes, principalmente aqueles que têm um perfil mais familiar e tradicionalmente já servem almoço aos domingos. Aqueles com espaço kids estão entre os preferidos pelos clientes”, relata o presidente da Associação dos Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), Matheus Daniel. 

 A data que homenageia as mães costuma trazer um incremento de 50% ao púbico dos domingos normais. “E para este ano de 2022, com os restaurantes funcionando praticamente sem restrições, o setor espera faturar 20% a mais do que em 2019, o último Dia das Mães antes da pandemia. É a oportunidade das famílias darem aquele descanso merecido às mães e aproveitarem para provar novos sabores”, afirma Daniel.

 O sócio-proprietário do restaurante Alguidares, Brando Mota, calcula um crescimento de 10 a 15% no faturamento da casa em relação ao mesmo período do ano passado. “Apesar de não termos operado com atendimento ao público no Dia das Mães de 2021, tivemos um resultado expressivo com o delivery, modalidade de vendas que implantamos durante a pandemia”. Mas, para Mota, nada substitui o atendimento presencial. “É a essência de qualquer restaurante, afinal trabalhamos com experiências e nada melhor do que proporcionar boas experiências em uma data tão afetiva como essa”.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


A churrascaria Boi Vitório, no bairro Mangabeiras, oferece uma área exclusiva para a diversão dos pequenos e, com isso, espera atrair toda a família no dia 8 de maio. “Nos últimos dois anos, muitos filhos deixaram de celebrar com as mães. Acredito que agora não há quem não esteja com saudade de recuperar o tempo perdido, os abraços perdidos. E esse anseio das famílias em sair para almoçar fora na data, obviamente, impacta positivamente as nossas vendas”, ressalta o proprietário da churrascaria, Fabrício Lana.

As expectativas positivas do setor foram reforçadas com o fim da exigência das máscaras em locais fechados, que passou a vigorar em Belo Horizonte na última quinta-feira (28/04). “Este era um pedido que vínhamos fazendo há tempos e vai ajudar muito, porque as pessoas vão ter mais segurança, mais tranquilidade para poder sair, e isso vai refletir logicamente no aumento de vendas para bares e restaurantes”, prevê o presidente da Abrasel-MG.

É um setor que está se expandindo. “A gente viu um aumento muito grande de CNPJs, de 12 mil antes da pandemia para 14.500 agora, só que a imensa maioria de empreendedores individuais. São novas pessoas trazendo novidades para o mercado, contribuindo para Belo Horizonte ser a capital dos bares e restaurantes e cidade criativa da gastronomia”, aponta Matheus Daniel.

Ele observa, porém, que o setor ainda está bastante endividado e terá sua receita comprometida nos próximos quatro ou cinco anos. “Com o aumento da Selic, o Pronampe, que foi a principal modalidade de empréstimo contraída pelo setor para se manter durante a pandemia, se tornou um empréstimo caro”.

A inflação e, consequentemente, o aumento das despesas, são outros problemas enfrentados pelo setor, que não repassou totalmente os custos, diz Daniel. “O último IPCA mostrou um aumento maior da inflação de alimentos e bebidas do que da alimentação fora do lar. Os empresários estão sendo mais criativos na elaboração do cardápio e utilizando mais tecnologia para poder reduzir o impacto de todos esses aumentos”, finaliza.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas