Bares e restaurantes em MG acumularam dívidas mesmo com Carnaval

Segmentos do setor de comércio e serviços ainda seguem em recuperação por conta da pandemia. Dentre eles, um dos que enfrentam dificuldades para chegar ao mesmo patamar pré-pandemia é o de bares e restaurantes. Apesar do movimento de clientes ter aumentado em decorrência do Carnaval, 26% dos estabelecimentos em Minas permaneceram com dívidas e perdas em fevereiro de 2023.

De acordo com dados divulgados, nesta quarta-feira, pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), o saldo representa um crescimento de seis pontos percentuais frente ao mês anterior. Para a pesquisa, 195 empresários do segmento no Estado foram ouvidos, e, das entrevistas, 33% estão trabalhando com estabilidade. Para 41% dos empresários, o mês de fevereiro foi de lucro, enquanto em janeiro este índice era de 44%.

“Em Minas, é especialmente preocupante a situação do endividamento”, declara o presidente da Abrasel-MG, Matheus Daniel. Ele afirma que quase um terço das empresas que fizeram empréstimos atrasaram o pagamento das parcelas. “Nesse cenário, muitos não conseguem ter margem, o que explica mais da metade, quase 60% delas, operarem sem lucro: ou estão no vermelho ou estão a duras penas mantendo o caixa estável”, comenta.

Queda nas vendas é o principal fator

Entre os empresários que tiveram prejuízo, 71% apontaram que a queda nas vendas é o principal motivo para o mau desempenho. Já 57% dos respondentes declaram que a redução no número de clientes é o que explica o fevereiro no vermelho.

Para 46% dos entrevistados, o fator prejudicial é a inflação dos alimentos. Já para 43% deles, as dívidas com impostos e taxas são as responsáveis pelo atual cenário. No entanto, 40% dos donos de bares e restaurantes responsabilizam as dívidas com empréstimos.

Contas em atraso preocupam

A mesma pesquisa da Abrasel-MG também aponta que 37% dos empresários se queixam com o número de dívidas. Para outros 37%, há pendências em atraso, ou seja, um aumento de cinco pontos em relação à escuta de janeiro. Entre as empresas que fazem parte deste grupo, 79% devem impostos federais, 48% tributos estaduais e 40% encargos trabalhistas e previdenciários. Há ainda 27% com dívidas com taxas municipais, 27% com fornecedores de insumos e 15% com serviços públicos, dentre eles, as contas de água, gás e energia elétrica.