Economia

Bares e restaurantes de Minas Gerais estão otimistas para a Semana Santa e para Páscoa

O bacalhau está entre os produtos mais consumidos nos restaurantes na Semana Santa
Bares e restaurantes de Minas Gerais estão otimistas para a Semana Santa e para Páscoa
Foto: Victor Schawner

A maioria (68%) dos empresários donos de bares e restaurantes em Minas Gerais espera aumentar o faturamento durante o feriado prolongado de abril deste ano frente ao registrado na Semana Santa de 2024. De acordo com a pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), outros 20% acreditam que os resultados serão iguais e apenas 12% estimam faturar menos em 2025.

Dentre os mais otimistas, 22% esperam incremento de até 5% nos negócios e 19% estimam aumentar o faturamento entre 6% e 10% no período; outros 13% acreditam que poderão registrar alta de 11% a 20%. Em seguida, aparecem aqueles que estimam crescimento de 21% a 30% no faturamento e acima de 30%, ambos empatados com 7% do total.

A proprietária da Taberna Baltazar, Flávia Baltazar, relata que o restaurante tende a apresentar um aumento nas vendas durante esse período do ano, pelo fato de o local ter como especialidade o bacalhau. A expectativa da empresária é de registrar um crescimento de 15% frente a Semana Santa de 2024.

“Na Sexta-feira da Paixão nós, que somos um restaurante português, costumamos dobrar as vendas nesse dia. No domingo de Páscoa, nós também temos um aumento considerável nas vendas”, relata.

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O proprietário do restaurante Casa Calixto, Reginaldo Calixto, também apresenta boas expectativas para o período. Ele lembra que a Páscoa é uma das festividades mais importantes para o cristianismo e que uma das formas mais tradicionais de celebrar esta data é saindo para almoçar em um restaurante que ofereça uma experiência gastronômica de qualidade.

Peixes serão mais consumidos nos restaurantes na Semana Santa

Pescada Amarela.
Foto: Victor Schawner

Para Calixto, o produto que será mais comercializado serão os peixes. Dentre os mais vendidos no estabelecimento estão: Bacalhau Coimbra, Risotto Di Mare e a Pescada Amarela grelhada na brasa.

Dentre os produtos cotados para serem os mais vendidos na Taberna Baltazar na Sexta-feira da Paixão, estão: bolinhos de bacalhau, bacalhau à lagareiro e as Natas do Céu. Já na Páscoa, o bacalhau segue entre os destaques ao lado de outros tipos de proteína, como o cabrito ao molho de vinho, arroz de pato, medalhão de filé e o coelho ao molho de vinho.

O gestor do Gastrô Hub, Anderson Makwey, relata que o restaurante tem registrado uma grande demanda atualmente, o que contribui para a melhoria nas expectativas para as vendas durante a Semana Santa e a Páscoa deste ano. “Acreditamos que o nosso bacalhau à Gomes de Sá e os risotos de camarão e salmão terão um bom destaque”, diz.

Planejamento dos bares e restaurantes para o feriado prolongado

Peixaria
Foto: Adobe Stock/DiegoM.

Makwey também pontua que o planejamento do estabelecimento é feito de forma assertiva, com base na programação de reservas. “Com isso, torna-se mais fácil conduzir com maestria os serviços e concluir uma experiência única”, completa.

Já Calixto relata que contou com a colaboração do Chef João Paulo de Oliveira e uma equipe de profissionais experientes para o planejamento de estoque e produção para atender à demanda no feriado prolongado. “Portanto, o preparo para esta data especial começa com no mínimo dias de antecedência”, garante.

Quanto às estratégias de marketing, o empresário aposta em uma gastronomia e atendimento de qualidade e preço justo para atrair os clientes. “Não existe mágica: é trabalho, trabalho e trabalho. O reconhecimento vem forte e o crescimento orgânico é sustentável”, completa.

O gestor do Gastrô Hub explica que as campanhas de marketing do restaurante são realizadas por meio das redes sociais, com foco nas avaliações dos clientes na plataforma TripAdvisor.

A empresária dona da Taberna Baltazar relata que o planejamento para o feriado começou em janeiro, com as compras de produtos e negociações com fornecedores. “Quando começa a Quaresma, na quarta-feira de cinzas, nós já estamos com toda a produção e todo planejamento alinhado para chegar na sexta-feira da paixão e na Semana Santa com tudo organizado”, relata.

O estabelecimento contratou mais um motoqueiro para ajudar na realização das entregas, já que o negócio espera aumentar as vendas via delivery. Outra aposta é a oferta de cartas e “mimos” que são entregues junto com os produtos para fidelizar a clientela.

A Taberna Baltazar fecha toda segunda-feira, mas Flávia Baltazar planeja fazer uma exceção após a Páscoa e abrir no dia 21 deste mês, para aproveitar a movimentação durante o feriado do Dia de Tiradentes. “Nós estamos fazendo mudanças de horário porque nós imaginamos que as vendas serão boas. Muitas pessoas vêm passar este tipo de data em Belo Horizonte para visitar familiares”, explica.

Dificuldades enfrentadas pelos bares e restaurantes de Minas

Peixaria.
Foto: Alisson J. SIlva/Arquivo Diário do Comércio

O estudo ainda demonstra que 30% dos empresários entrevistados operaram em prejuízo durante o mês de fevereiro, um aumento de 8% em relação ao mês anterior. Outras 35% fizeram lucro e 34% registraram estabilidade nas finanças.

Quanto às questões envolvendo a inflação, mais da metade (55%) dos donos de bares e restaurantes no Estado afirma ter realizado reajustes conforme ou abaixo da inflação nos últimos 12 meses. Já 32% relatam que não conseguiram aumentar os preços nesse período e 13% disseram que fizeram reajustes acima da inflação.

A presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), Karla Rocha, pontua que o equilíbrio das contas continua sendo um grande desafio para quem atua nesse setor. “Mesmo com a alta generalizada dos custos, o setor tem buscado segurar os preços para o consumidor”, garante.

Ela destaca que, mesmo com esse cenário desafiador, os empresários mineiros têm mostrado confiança quanto ao faturamento dos bares e restaurantes durante os feriados do mês de abril. “Isso reforça a força e a resiliência do setor de alimentação fora do lar em Minas Gerais, que segue apostando na retomada e no crescimento, mesmo diante das dificuldades”, completa.

O levantamento também aponta que 37% das empresas em Minas têm dívidas em atraso, ou seja, estão inadimplentes. Dentre os principais débitos, o grande destaque são os impostos federais, impactando 80% dos estabelecimentos. Em seguida, aparecem os impostos estaduais e os empréstimos bancários, com 55% e 41%, respectivamente.

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