Bares e restaurantes em Minas fecharam o mês de julho sem lucro; veja os motivos

A maioria dos bares e restaurantes de Minas Gerais fecharam o mês de julho sem lucro. É o que aponta a pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel Minas) com empresários do setor, que identificou que 59% dos estabelecimentos registraram vendas mais fracas no sétimo mês do ano.
Desse volume, 21% dos empresários alegam que operaram em prejuízo no referido período, enquanto 38% fecharam o caixa em equilíbrio. Para 41% dos donos de bares e restaurantes foi possível fazer lucro.
Entretanto, comparando com o mês de junho, para 39% dos entrevistados, o faturamento de julho foi superior. Já para 30% deles, o lucro foi equivalente, enquanto para 29% dos proprietários, o faturamento foi mais baixo.
Os dados ainda mostram que a retração no faturamento desses estabelecimentos se dá pelos seguintes motivos:
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- para 76% dos entrevistados, os estabelecimentos registraram uma redução no número de clientes;
- para 50%, foi perceptível o aumento nos custos de alimentos e bebidas;
- para 40%, as dívidas com empréstimos bancários resultaram em um mês sem lucratividade.
Outro fator que pode ter ocasionado uma queda dos números de julho, na comparação com junho, é o período de férias escolares, quando há uma natural contração do consumo no setor. Além disso, há também o desempenho no Dia dos Namorados no mês anterior que contribui para o contraste nas vendas.
Inflação desafia donos dos estabelecimentos
Segundo a Abrasel, a inflação em bares e restaurantes tem sido cada vez maior que a de insumos. Para 30% dos estabelecimentos, não foi possível, de nenhuma maneira, aumentar os preços nos últimos 12 meses. Além disso, 56% realizaram reajustes conforme ou abaixo da inflação, e apenas 14% reajustaram acima da inflação que afronta empreendedores do setor.
“Os números refletem um cenário desafiador para as empresas, com um grande percentual operando sem lucro e enfrentando dificuldades como a queda nas vendas e o aumento dos custos. É um momento que exige resiliência e adaptação, e a Abrasel está ao lado dos empresários, buscando soluções para superar esses obstáculos e fortalecer o setor”, ressalta a presidente da Abrasel em Minas Gerais, Karla Rocha.
Situação de endividamento preocupa bares e restaurantes
Outro dado preocupante é que o nível de endividamento das empresas do setor de bares e restaurantes continua elevado, com 38% das empresas com contas em atraso. Destas, 59% devem impostos federais, sendo ainda 42% com dívidas de impostos estaduais, e 39% com empréstimos bancários em atraso.
A pesquisa da Abrasel Minas Gerais também aponta para o endividamento de 29% dos donos de estabelecimentos junto aos fornecedores de insumos como alimentos e bebidas.
Confira outros encargos que têm prejudicado a saúde financeira de bares e restaurantes em Minas:
- praticamente 25% dos proprietários têm débitos com serviços públicos como água, luz, gás e telefone;
- 23% devem encargos trabalhistas e previdenciários;
- 20% estão em atraso com taxas municipais;
- 16% têm débitos de aluguel;
- 12% devem a fornecedores de equipamentos e serviços;
- 6% estão em atraso com pagamentos de empregados.
O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 26 de agosto em todo o Estado.
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