Economia

Base Energia Sustentável cria projeto de hidrogênio verde

Base Energia Sustentável cria projeto de hidrogênio verde
Empreendimento conta com 2 conjuntos de placas fotovoltaicas: um na água e outro no solo | Crédito: Furnas /Divulgação

Uma boa notícia no ano em que o País vivencia a pior crise hídrica em 91 anos. Energia renovável, de baixo custo e que pode salvar o meio ambiente e os consumidores em períodos de secas severas. Esses são alguns dos objetivos do projeto do hidrogênio verde, desenvolvido em Minas Gerais e Goiás, pela Base Energia Sustentável e que será lançado na quarta-feira (8).

A empresa, que há quatros anos realiza um trabalho minucioso de pesquisa das moléculas de água, descobriu como separar o hidrogênio e  oxigênio para assim captar a energia do hidrogênio verde. O segundo passo foi desenvolver uma estrutura para absorção da energia fotovoltaica que, através dessa separação, consegue armazenar a energia gerada em um tanque, que pode ser liberada quando as usinas hidrelétricas no Brasil estiverem com captação de água reduzida para geração de energia.

“Isso significa que poderemos usar placas fotovoltaicas, sendo em um solo próximo de áreas das usinas hidrelétricas, ou das fazendas fotovoltaicas e outro flutuante, no espelho d’água do reservatório. Isso porque estamos produzindo um hidrogênio 0% de carbono, porque não existe nenhum tipo de derivado de petróleo”, detalha o presidente da empresa Base Energia Sustentável e coordenador-técnico do projeto de pesquisa, Demostenes Barbosa da Silva.

O investimento para os quatro anos de pesquisa foi de R$ 46 milhões e envolveu pesquisadores de universidades de São Paulo, Alemanha e Canadá. Ao todo foram 60 cientistas envolvidos no processo. Com a capacidade de gerar 1 megawatt, o empreendimento possui dois conjuntos de placas fotovoltaicas, sendo um no solo e outro flutuando sobre a água do reservatório do rio Paranaíba, divisa entre Minas Gerais e Goiás, na usina hidrelétrica de Itumbiara, que faz parte do complexo de Furnas.

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O coordenador do projeto explica que a escolha da hidrelétrica de Itumbiara não foi por acaso. “Essa região é a que mais sofre em períodos de seca e o objetivo da pesquisa era ver como a hidrelétrica iria se comportar com essa captação de energia limpa neste período de grande estiagem e se os resultados seriam promissores. Para nossa surpresa, os resultados foram melhores do que poderíamos esperar”, esclarece da Silva.

O projeto conta com um eletrolisador que, ao receber a energia gerada pelo sistema fotovoltaico, produzirá hidrogênio verde, a fim de ser armazenado em um tanque especial e utilizado para a produção de energia através de uma célula de combustível.

A inauguração do empreendimento contará com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, do presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp Nascimento, e do presidente de Furnas, Clovis Torres Jr. Também são esperados os governadores Romeu Zema, de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado, de Goiás.

Os pesquisadores também lançarão na quarta (8) o livro “Sol, água e hidrogênio, que combinação é essa?”.  A ideia, de acordo com Demostenes da Silva, é mostrar para a sociedade e o poder público que podemos investir na produção de uma energia limpa, renovável e sustentável. 

“Agora, esperamos que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) possa reproduzir o que fizemos em larga escala, já regulamentando o uso dos equipamentos e o resultado da pesquisa”, finaliza.

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