BDMG reduz taxa de capital de giro para produtores rurais

A partir desta terça-feira (27), começa a valer a redução da taxa da linha de crédito do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para capital de giro disponibilizada por meio das cooperativas de crédito para os produtores rurais. A taxa de 16,5% ao ano, passou para 15,6%, o que representa aproximadamente 1,22% ao mês para o segmento. A condição tem validade até 30 de junho, com 36 meses para pagar e 12 meses de carência.

O anúncio foi feito pelo presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, no Centro de Treinamento da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Sistema Ocemg), em Belo Horizonte.

De acordo com Viégas Neto, essa é uma condição exclusiva que vai fortalecer os empresários e produtores rurais no final do ano Safra 2024/2025. “Vale lembrar que é uma redução em um período de aperto financeiro. As cooperativas de crédito são parceiras do BDMG e conseguem dar capilaridade ao crédito que ofertamos em condições especiais, sobretudo, para que esse recurso chegue àqueles pequenos e médios produtores nas mais diversas regiões do Estado”, reforça.

No decorrer de 2024, os contratos do BDMG com as cooperativas de crédito que atuam no agronegócio cresceram 193%, somando R$ 264 milhões em financiamentos liberados com foco nos pequenos produtores rurais.

Para o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, a criação de uma superintendência voltada exclusivamente para o agronegócio e a redução da taxa de juros para capital de giro confirmam o direcionamento do BDMG em relação ao campo mineiro e aos produtores, que são a base da economia do Estado.

“Essa é uma resposta concreta às demandas do setor. Valorizar o produtor rural é valorizar quem está na origem de tudo, dentro da porteira, fazendo acontecer. É por meio do fortalecimento econômico que conseguimos transformar a realidade social das nossas comunidades”, destaca Scucato.

A redução da taxa é uma das primeiras medidas anunciadas pela recém-criada Superintendência de Agronegócio do BDMG. A estrutura foi desenvolvida para ampliar a atuação do banco nessa atividade, que respondeu por quase metade de todos os financiamentos liberados pelo banco em 2024, cerca de R$ 1,5 bilhão.

Segundo a superintendente de Agronegócios do BDMG, Marcela Brant, o capital é um recurso livre para o produtor rural, sem as amarras e o direcionamento do crédito rural. “Acreditamos que a demanda vai ser grande porque o Plano Safra só chega em meados de julho. Portanto, em junho, principalmente, o agro enfrenta uma escassez de recursos subsidiados, o que poderá gerar uma grande demanda de capital por parte do produtor rural”, explica.

Ela destaca ainda a relevância do agronegócio mineiro para o banco e o crescimento do setor nos últimos anos. “Hoje, ele representa 25% da nossa carteira de crédito e, de 2023 para 2024, cresceu quase 45% de um ano para o outro, além de abocanhar um montante importante dos nossos desembolsos anuais. No ano passado, 50% dos desembolsos foram para o agro em toda a cadeia, não só crédito rural. Essa importância do agro para Minas e também para o BDMG fizeram com que o banco direcionasse uma área específica para o atendimento mais qualificado desse público”, reforça.

Ainda de acordo com a superintendente, o primeiro semestre geralmente é mais fraco na demanda por crédito do que os seis últimos meses do ano. “Ainda não tivemos desembolsos tão relevantes, mas acreditamos que, a partir de junho, vai haver um aquecimento com essa redução nesse momento de aumento da taxa Selic”, projeta.

No primeiro trimestre de 2025, o agronegócio liderou o ranking de exportações de Minas Gerais, com 45% do volume total, reforçando a importância dessa atividade para a economia mineira.