Economia

Belo Horizonte deve flexibilizar isolamento antes de outras capitais

Belo Horizonte deve flexibilizar isolamento antes de outras capitais
Kalil explicou que flexibilização na capital mineira será decidida por um grupo técnico | Crédito: Mara Bianchetti

Ainda sem data definida para a reabertura do comércio, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), aposta na retomada das atividades econômicas da Capital o quanto antes.

No entanto, até que o Comitê de Enfrentamento à Pandemia do município autorize o fim do isolamento social horizontal na cidade, seguem as limitações impostas pelos decretos publicados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), desde o dia 17 de março, como forma de controlar a propagação do novo coronavírus (Covid-19) na cidade.

Em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (20), o prefeito disse que ainda não há data para uma possível flexibilização das atividades comerciais e de serviços no município. Isso porque, segundo ele, as mesmas técnicas e ciências que foram usadas para a entrada, serão usadas também para a saída (da quarentena).

“Isso não é feito de qualquer maneira. Isso é feito com responsabilidade, com matemática, com probabilidade e estatística e, principalmente, consciência. Existe uma expectativa, pelo grande respeito da população com o distanciamento social, e por termos sido a primeira capital brasileira a copiar o que mundo todo fez no combate à pandemia, de sermos a primeira cidade a ser flexibilizada também”, anunciou.

No entanto, foi enfático ao reafirmar que “primeiro será tratada a pandemia e, depois, a economia”. E, que quando chegar o momento, uma equipe será montada para discutir o assunto com todas as partes interessadas.

“Quem vai definir data de reabertura da cidade de Belo Horizonte é um grupo de trabalho técnico e científico, e obviamente, como sempre fizemos, chamaremos os interessados, como o Sindilojas BH (Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte), a (CDL-BH (Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte), a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), etc. Todos serão convidados para sentar à mesa com o grupo de trabalho, para fazer a coisa com calma, disciplina e orientação técnica”, afirmou.

Pedido – Enquanto isso, e paralelamente, entidades representativas do comércio da capital mineira elaboram um pedido formal para a reabertura das lojas, incluindo uma sugestão de escalonamento de horários de abertura e fechamento por setor.

De acordo com o líder de governo na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Léo Burguês (PSL), que integra o grupo, a ideia é cumprir as orientações do comitê, em termos de prazos, mas, ao mesmo tempo, propor algumas soluções.

Segundo ele, o grupo inclui o Sindilojas-BH, o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Belo Horizonte (Sincovaga-BH), a Associação Mineira de Supermercados (Amis), o Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção (Sindimaco), o Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios de Belo Horizonte e Contagem (Sincagen), o Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios de Belo Horizonte (Sincopeças-BH), o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos Vestuário e Armarinhos de Belo Horizonte (Sincateva-BH), a
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Números do enfrentamento – Durante a coletiva, Kalil listou as medidas tomadas pelo Executivo no enfrentamento ao novo coronavírus. Segundo ele, o combate à pandemia está apenas se iniciando, mas a cidade se preparou para a “guerra”. Dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apontam oito óbitos e 452 casos confirmados apenas na capital mineira.

Neste sentido, o prefeito listou a quantidade de equipamentos de saúde disponíveis na cidade, bem como ações diversas nas frentes de saúde e social. Segundo ele, no momento, Belo Horizonte tem 600 leitos e a possibilidade de abrir outros 600 imediatamente. “Contamos ainda com 409 leitos de CTI, com a possibilidade de abertura de outros 269 em 60 dias. Mais 70 leitos foram disponibilizados, o que totaliza 748 leitos de CTI”, numerou.

Em Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a PBH já disponibilizou 50 mil máscaras N95, 905 mil cirúrgicas, 408 mil aventais, 330 mil litros de álcool 70% líquido, 45 mil litros em álcool gel e 500 mil gorros de proteção.

Por fim, conforme Kalil, até o último domingo (19), foram disponibilizadas 198.614 cestas básicas (123.232 para estudantes e 75.382 para famílias do cadastro único); 30 mil kits de higiene; inclusão de mais 50 mil nomes no Cadastro SUS e quase 1 milhão de pessoas beneficiadas.

Vereadores discutirão medidas da PBH

A Câmara Municipal de Belo Horizonte realizará reunião especial nesta quarta-feira (22) para discutir, mais uma vez, a flexibilização da abertura do comércio em Belo Horizonte, em virtude da paralisação das atividades comerciais imposta pela Prefeitura por meio de decretos, especialmente o Decreto 17.328/20.

Nele, apenas algumas atividades listadas foram autorizadas a funcionar, tais como farmácias, supermercados, postos de gasolina e hospitais, como medida de enfrentamento e contenção do coronavírus (Covid-19). O parlamentar Jair Di Gregório (PSD), que solicitou a reunião, sustenta que a medida está trazendo reflexos para a atividade econômica no município.

Segundo a assessoria de comunicação de Jair Di Gregório, a ideia da reunião é discutir com os vereadores e convidados as diversas repercussões do fechamento das atividades econômicas, tanto no que concerne aos interesses de micro, pequenos e grandes empresários, como dos empregados dessas empresas, além de debater o efeito da medida sobre os trabalhadores autônomos e a sua repercussão na saúde financeira da prefeitura.

O vereador também pretende colher as sugestões dos munícipes para enfrentar esse momento singular. Ainda segundo a assessoria, a flexibilização da abertura do comércio proposta seria feita de forma gradual e com responsabilidade, seguindo as orientações dos órgãos de saúde e regulação urbana.

“Não podemos morrer de Covid-19, mas também não podemos morrer de fome e reagir tarde demais”, justificou o vereador.

São esperados para a reunião, com participação por meio de plataforma digital (videoconferência): a subsecretária de Assistência Social, Maíra da Cunha Pinto Colares; a secretária Municipal de Política Urbana, Mana Fernandes Caldas; o secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto; o secretário Municipal de Fazenda, Fuad Jorge Noman Filho; o secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Abreu Reis; e o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Chaves Beato Filho.

Fiscalização – Complementando outras medidas tomadas pela CMBH para prevenção da propagação do coronavírus, como o fechamento e paralisação das atividades da Casa (Portaria 18.881/20), desde 24 de março, com a publicação da Portaria nº 18.884/20, os funcionários têm cumprido sua jornada de trabalho a distância.

Entretanto, para facilitar o acompanhamento, a fiscalização e o debate das políticas públicas do Executivo de enfrentamento à pandemia, a Mesa Diretora optou por realizar reuniões especiais sobre o assunto, como propõe a Deliberação nº 6/20. Na semana passada foram realizadas duas reuniões especiais: uma sobre saúde e outra também sobre o funcionamento do comércio. Na segunda-feira (20), mais uma reunião especial discutiu a assistência social a populações vulneráveis durante a pandemia.

Durante essas reuniões, o acesso ao Plenário estará restrito a vereadores, autoridades convidadas, equipe de apoio institucional, cinegrafistas e fotógrafos. Não ultrapassando o limite de dez pessoas, outros convidados do vereador requerente poderão participar do evento pela galeria, ao lado dos jornalistas. A população em geral só poderá acompanhar o debate acessando a transmissão ao vivo, pelo Portal da Câmara. (Com informações da CMBH)

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