Negócios

Belo Horizonte quer ser polo de biotecnologia e biomedicina na América Latina

A criação do BHIópolis mostra que é possível agregar valor com a chegada de novos atores e a expansão de empreendimentos
Belo Horizonte quer ser polo de biotecnologia e biomedicina na América Latina
Em fase de concepção do BHIópolis pode diversificar a economia de Belo Horizonte com a atração de investimentos na área da saúde | Fonte: Site Adobe Stock

O bairro Santa Efigênia, na zona Leste de Belo Horizonte, é popularmente conhecido como a região hospitalar da Capital. Mas os empreendimentos da área da saúde estão ganhando outras áreas da cidade, chegando a bairros do entorno e também da região metropolitana e gerando novas oportunidades. Neste contexto, surge o BHIópolis, que pretende atrair investimentos do segmento para capital mineira.

“O BHIópolis nasce com o intuito de usar a vocação de Belo Horizonte para ser um polo de saúde. Afinal, a cidade tem uma forte vocação e muita competência para atrair investimentos em biotecnologia, diagnóstico e equipamentos hospitalares. Então, usamos essa vocação como insumo para esses investimentos”, explica o CEO da agência TSX Invest e consultor de relações internacionais e institucionais, Marcos Antonio Mandacaru.

Responsável por atuar na estruturação de jornadas de capacitação de novos negócios e investimentos, a TSX Invest já capitaneou projetos de desenvolvimento econômico em várias regiões do território nacional, com projetos de destaque tanto em Minas Gerais como em Alagoas, Mato Grosso e também no Sul da Bahia.

“Utilizamos uma metodologia inspirada no Banco Mundial para a estruturação de agências de investimentos, contando com o apoio da sociedade civil e do poder público”, diz Mandacaru.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Ele explica que dentro do novo projeto BHIópolis, cuja previsão é que o lançamento ocorra até o fim deste ano, um ator importante para esse desenvolvimento é o Invest BH, agência local de promoção de investimentos da capital mineira.

“A Invest BH é uma parceira da TSX Invest na construção de uma agenda institucional e de inovação. Nesse sentido, em parceria também com a Biominas Brasil, o BHIópolis conta também com Bernardo Farkasvolgyi, que é responsável pela concepção de grandes projetos e discussão de urbanismo afins de arquitetura. Outro parceiro importante no sentido de captação de investimentos é o escritório Alvarenga Participações, que atuará em viabilizar o andamento do projeto”, completa o CEO do TSX Invest.

O executivo adianta que como o projeto está em fase de concepção, no momento estão sendo realizadas as negociações para atrair empresas e recursos financeiros à Capital. “Há vários parceiros interessados, como centros de pesquisas em desenvolvimento, empresas do setor imobiliário, hospitais e drogarias”, diz.

Uma das potenciais entidades de interesse para a construção de alianças em apoio aos investimentos em biotecnologia e inovação no setor de saúde, segundo Mandacaru, é a Biominas. A instituição, aliás, pode colaborar com a promoção de conexões e negócios no setor da indústria, assim como também junto às startups com iniciativas tecnológicas e de inovação, além de agentes da esfera acadêmica com atuação na parte científica.

Leia também: Minas Gerais é protagonista em biotecnologia aplicada à saúde

Hipercentro tem potencial para investimentos em saúde

Foto: Site Freepik

Muito tem se falado sobre a revitalização do Hipercentro de Belo Horizonte nos últimos meses, inclusive, o programa Centro de Todo Mundo, lançado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) no ano passado, já soma oito canteiros de obras em equipamentos públicos, onde, por décadas, não se viam intervenções ou melhorias.

A questão é que para garantir o desenvolvimento sustentável de uma região é preciso revitalizar áreas que apresentam menor potencial de atratividade econômica a resultar no êxodo de empresas para outros bairros ou cidades do colar metropolitano, mas isso por si só não basta, segundo o diretor do Invest BH, Cássio Coutinho Ferreira.

Ele ressalta que em conversa com parceiros, como o Invest Minas, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), foram identificadas situações preocupantes com relação ao Hipercentro da Capital. E, em resumo, a aposta é que somente os projetos de investimento em infraestrutura municipal poderão facilitar o retorno de agentes importantes para o setor da saúde na cidade.

Leia também: Investimento em biotecnologia no Brasil ainda é incipiente

“A gente fez a ligação das situações e precisamos realmente do desenvolvimento econômico de Belo Horizonte para trazer uma atividade econômica relevante. Hoje, a situação do Centro nos incomoda. A gente escuta falar, às vezes, de algumas obras isoladas, mas isso não muda a cara da cidade, isso não muda a cara do Centro. É preciso uma atividade econômica relevante. E aí a gente faz a ligação entre biomedicina, biotecnologia e ciências da vida para serem as âncoras desse projeto e mudar até mesmo a qualidade de vida da população”, sugere.

Atratividade e diversificação do Hipercentro

O diretor do Invest BH ressalta que a presença de instituições de ensino na Capital é importante para a saúde, mas diz que as escolas estão em localizadas em outras áreas da cidade, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Puc Minas e a Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma).

“A gente procurou o pessoal da Biominas Brasil, do qual o Eduardo Emrich é um parceiro de primeira hora, e conversamos bastante sobre a real situação de Belo Horizonte. Entendemos, contudo, que a situação do Centro da cidade é preocupante e que é uma região que está se degradando. Sabemos que a presença, por exemplo, das instituições de ensino como a UFMG na cidade que tem, inclusive, muitas patentes são importantes, mas o Centro precisa também de investimentos e a resposta é trazer o desenvolvimento econômico”, reitera.

Leis também: DIÁRIO DO COMÉRCIO e Biominas estreitam parceria

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas