Economia

Belo Horizonte movimenta R$ 3 bilhões em dois meses no setor imobiliário

Buritis, Santa Amélia, Castelo e Ouro Preto lideram em volume de unidades vendidas
Belo Horizonte movimenta R$ 3 bilhões em dois meses no setor imobiliário
Foto: Brastock Images/iStock

Apesar dos desafios, o mercado de imóveis em Belo Horizonte mantém resiliência ao longo do ano. Entre junho e julho, o segmento movimentou R$ 3,06 bilhões na Capital, com valor médio de R$ 613.344: 15% a mais que no ano passado, quando o preço médio residencial atingiu R$ 532.905.

Os dados constam em pesquisa da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). A entidade analisou as declarações de Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis por Ato Oneroso Inter Vivos (ITBI) registradas na prefeitura do município.

No período, a capital mineira realizou 4.187 comercializações, um leve declínio de 0,83% na comparação com os meses de junho e julho do ano passado. O destaque segue para a venda de apartamentos, que representa 72% dos imóveis comercializados, mais de 2/3 do total, com valor médio 14% acima do montante alcançado no ano passado.

De acordo com o diretor de Pesquisa, Estatística e Tecnologia da Informação, da CMI/Secovi-MG, Leonardo Matos, as questões inerentes ao mercado, como a alta taxa de juros, hoje a 15% ao ano, seguem como um forte obstáculo para o setor. “Os altos juros encarecem tanto o financiamento para o cliente quanto a captação de recursos para as obras, prejudicando o mercado”, pontua.

Líder em vendas no período, Buritis, na região Oeste da Capital, também se destaca pela valorização. No recorte bimestral analisado, o valor médio de imóveis do bairro saltou 6,9% e atingiu R$ 687.133.

O resultado, segundo Matos, é uma combinação de fortes investimentos em infraestrutura, localização privilegiada e ampla oferta de serviços e comércio: fatores que tornam o bairro cada vez mais atraente para compradores e investidores. “A demanda aquecida e a presença de novos empreendimentos residenciais alavancam a continuidade da valorização, transformando a região em um dos polos mais relevantes do mercado de imóveis em Belo Horizonte”, destaca.

Santa Amélia, Castelo e Ouro Preto, na regional da Pampulha, aparecem em seguida na análise do volume de unidades vendidas. Nesses três bairros, o levantamento indica que o preço médio do imóvel avançou 5,43%, embora apresente redução 19,35% em comercializações.

Cássia Ximenes
Cássia Ximenes: para os próximos meses, expectativa de vendas é mais otimista que no 1º semestre | Foto: Divulgação Carlos Olímpia

Para o diretor, o recuo foi pontual, impactado fortemente pelos resultados de junho. Apesar disso, ele frisa que a regional Pampulha, junto ao Barreiro e Venda Nova, apresentaram redução na quantidade ao longo do ano, frente a 2024.

Belvedere lidera em movimentação de recursos e bairros de preço médio concentram quantidade

Já no ranking dos bairros que mais movimentaram recursos, a liderança ficou com o Belvedere, seguido por Lourdes, Funcionários, Sion e Santo Agostinho, todos na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O desempenho estaria atrelado à demanda e ao crescimento de imóveis modernos e compactos, uma tendência que deve se acentuar nos próximos anos.

Segundo a presidente da CMI/Secovi-MG e especialista em negócios imobiliários, Cássia Ximenes, os números mostram particularidades do comportamento do mercado belo-horizontino. “Regiões com maior oferta na faixa de preço médio concentram a quantidade de unidades comercializadas, enquanto os bairros de alto padrão concentram os maiores valores financeiros”, explica.

Para os próximos meses, a expectativa de vendas de imóveis é mais otimista do que a registrada no primeiro semestre em Belo Horizonte. “A análise evidencia que Belo Horizonte tem espaço tanto para quem busca imóveis de médio padrão, quanto para os segmentos de alto valor agregado, o que reforça a maturidade e a solidez do mercado da Capital”, conclui.

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