Morar no Belvedere custa caro: bairro de BH tem segundo condomínio mais alto do Brasil

Uma pesquisa recente da Loft, empresa de tecnologia e serviços financeiros para imobiliárias, revela que o bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, tem a segunda taxa média de condomínio mais alta do Brasil. Com um valor médio de R$ 3.418 mensais, a região fica atrás apenas do Jardim Europa, em São Paulo (R$ 3.576).
O levantamento, que analisou mais de 76 mil anúncios de imóveis nas maiores cidades das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, aponta que o valor praticado no Belvedere é quase o triplo da média nacional, que gira em torno de R$ 1.100.
Veja a lista dos cinco bairros com os condomínios mais caros do Brasil
- Jardim Europa (São Paulo) – R$ 3.576/mês
- Belvedere (Belo Horizonte) – R$ 3.418/mês
- Vila Nova Conceição (São Paulo) – R$ 3.200/mês
- Alto de Pinheiros (São Paulo) – R$ 2.999/mês
- Higienópolis (São Paulo) – R$ 2.894/mês
Condomínios de alto padrão e poucos moradores
De acordo com o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi, a resposta está na natureza dos empreendimentos do bairro. Ele explica que o bairro concentra condomínios clube e edifícios verticais de alto padrão voltados para famílias de renda alta.
“A razão para esse valor tão elevado está no perfil dos empreendimentos do Belvedere. Eles são voltados para famílias de renda alta e oferecem estrutura completa: academia, piscina aquecida, área gourmet, quadras esportivas. Tudo isso eleva o custo do condomínio”, esclarece.
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Segundo Takahashi, outro fator importante para entender o valor elevado é o número reduzido de apartamentos por prédio. “Muitos desses prédios têm poucas unidades, então esse custo precisa ser dividido por menos famílias, o que encarece a taxa”, ressalta.
Serviços exclusivos e segurança reforçada
Segundo o especialista, essa característica é o que diferencia o Belvedere de áreas nobres de São Paulo e Rio de Janeiro, como Ipanema e Leblon. Nesses locais, a maior presença de imóveis compactos em áreas valorizadas faz com que o condomínio por metro quadrado seja mais alto, mas o valor final pode ser mais baixo do que nos grandes apartamentos de luxo da capital mineira.
“Em Belo Horizonte, como no Belvedere, os apartamentos são maiores. Então a taxa final do condomínio tem que ser mais alta, porque são menos unidades por prédio. Essa é uma característica que destoa Belo Horizonte, de São Paulo e Rio, por exemplo”.
Além da infraestrutura de lazer, a pesquisa mostra que os serviços oferecidos são um fator crucial para os altos valores. No caso de Belo Horizonte, os moradores de condomínios de alto padrão valorizam mais a segurança reforçada, a área de lazer completa e espaços de convivência.
“Em Belo Horizonte, os serviços mais valorizados são segurança reforçada, área de lazer completa, com piscina climatizada e quadra poliesportiva, além de espaço para convivência e festa. Alguns empreendimentos mais recentes têm academia e espaço de coworking que também começam a aparecer bastante na cidade”, detalha.
O abismo nos valores de condomínio vai crescer?
A diferença entre os condomínios de alto luxo e os de padrão médio não deve diminuir. Pelo contrário, a tendência é que o descolamento se acentue. “Os condomínios de altíssimo padrão continuam incorporando serviços como coworking ou concierge, enquanto os empreendimentos médios ficam mais atentos a controlar custos”, projeta Fábio Takahashi.
Em Minas, outros bairros como Serra do Curral e Del Rey, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) também se destacam com taxas elevadas (cerca de R$ 2.100). Em Belo Horizonte, Lourdes e Funcionários apresentam valores acima da média da cidade, mas não chegam ao patamar do líder Belvedere.
A expectativa para os próximos anos é que as taxas dos imóveis de luxo continuem em alta, acompanhando a busca por serviços cada vez mais exclusivos.
“A expectativa é que as taxas sigam em alta nos empreendimentos de luxo, acompanhando a demanda por serviços cada vez mais exclusivos. Já para os condomínios médios, o foco tende a ser eficiência. Síndicos e construtoras devem apostar em automação predial, energia solar e outras soluções que vão reduzir o custo”, finaliza o gerente de dados da Loft.
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