Economia

BH e Nova Lima registram redução de lançamentos imobiliários

Queda identificada no comparativo entre os meses de maio e abril também culminou em menor número de vendas
BH e Nova Lima registram redução de lançamentos imobiliários
Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ABr

Os lançamentos imobiliários nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima registraram queda de 17,1%  em maio na comparação com o mês anterior. Enquanto em abril foram lançadas 461 unidades, em maio esse número foi reduzido para 382. 

As vendas registraram retração de 31% ao passarem de 306 unidades em abril para 211 em maio – consequência direta da queda de lançamentos. Estas são algumas das conclusões do Censo do Mercado Imobiliário, divulgado hoje pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)

A curva de estoque tem caído desde 2016, quando registrou 6 mil apartamentos disponíveis na região. Em maio, ela contabilizou 2.795 unidades para venda, sendo que menos de 6% estão prontas.

Destaca-se o fato de que a redução nos lançamentos, que tem como um de seus principais motivos o aumento nos custos de construção, tem uma base de comparação elevada: os recordes de venda no primeiro semestre de 2021.

Assim, mesmo com o aumento de 6,5% no estoque de unidades para comercialização em maio, existem poucos apartamentos disponíveis em Belo Horizonte e Nova Lima.

“Belo Horizonte tem um estoque baixo para o seu porte, no mesmo nível, por exemplo, que o de São José do Rio Preto, em São Paulo, que tem 600 mil habitantes”, apontou o presidente do Sinduscon-MG, Renato Michel, em entrevista coletiva. “Goiânia, por exemplo, tem 9 mil unidades disponíveis para venda”.

O menor volume de lançamentos representa menor volume de vendas, disse Michel.  As fortes elevações na taxa de juros, que se iniciaram em março do ano passado, direcionam mais recursos para o mercado financeiro e acabam impactando os resultados do segmento imobiliário.

Ao mesmo tempo, o setor de construção civil é pressionado pelo aumento dos insumos — nos últimos dois anos, houve um aumento no custo de construção de 73%, enquanto os apartamentos tiveram uma alta de 32%.

A instabilidade do cenário macroeconômico, com a inflação elevada que se reflete em menos poder de compra das famílias, também contribui para incertezas, o que desestimula o incorporador.

“O que está provocando a queda das vendas é a redução dos lançamentos, puxado por sua vez pelos aumentos dos custos de produção”, concluiu, na mesma coletiva, a economista do Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos. “São aumentos impensáveis, que nos remetem ao período anterior ao Plano Real. E não há sinalização de arrefecimento”, acrescentou. 

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