Economia

BH terá reajuste nas tarifas de ônibus a partir de 1º de janeiro; veja os novos valores

O valor da passagem vai variar de R$ 2,75 para linhas curtas até R$ 5,75 para linhas convencionais
Atualizado em 27 de dezembro de 2024 • 21:13
BH terá reajuste nas tarifas de ônibus a partir de 1º de janeiro; veja os novos valores
Transporte coletivo de BH sofrerá alta no primeiro dia de 2025. Foto: Amira Hissa/PBH

Na próxima quarta-feira (1º de janeiro), as passagens do Serviço de Transporte Coletivo de Belo Horizonte pesarão mais no bolso dos passageiros da Capital. A tarifa de ônibus em BH vai sofrer reajuste e o valor da passagem vai variar de R$ 2,75 (linhas curtas) a R$ 5,75 (linhas convencionais). As 12 linhas que circulam nas vilas e favelas continuarão gratuitas, beneficiando cerca de 200 mil pessoas que utilizam esse tipo de transporte mensalmente.

O último reajuste ocorreu em 29 de dezembro do ano passado – depois de quatro anos com o valor congelado –, quando a tarifa predominante foi fixada em R$ 5,25. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ressalta que “o reajuste é necessário para a continuidade dos investimentos no transporte público e melhoria dos serviços”.

Conforme determina a Lei 11.458/2023, a Superintendência de Mobilidade (Sumob) deve calcular o custeio do sistema para o ano seguinte, com base no método da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP).

Saiba quais as variáveis que essa análise leva em conta:

  • combustível,
  • lubrificante,
  • pneus,
  • peças,
  • acessórios,
  • despesas com pessoal,
  • licenciamento,
  • depreciação,
  • remuneração da frota
  • e tributos.

Cálculos realizados pela Sumob mostram que, levando-se em conta o custo operacional do sistema, a tarifa predominante deveria chegar a R$ 9,40. No entanto, para reduzir o impacto nos gastos do usuário do transporte público, o complemento do valor continuará sendo custeado pela PBH, seguindo o que estabelece a Lei 11.458/2023.

A lei orçamentária aprovada na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) prevê o repasse de R$ 518,2 milhões às operadoras de transportes – desde que seguidas as condicionantes previstas na legislação. Entre elas, o cumprimento do quadro de horários e viagens e a qualidade dos ônibus. O modelo de remuneração, adotado em 2023, prevê o pagamento por quilômetro rodado. 

Veja os novos valores da tarifa e as respectivas linhas:

Fonte: PBH

Cartão BHBUS

Os créditos eletrônicos do Cartão BHBUS Vale-Transporte, adquiridos até 31 de dezembro deste ano, terão o valor de compra mantido até a utilização. Os portadores do Cartão BHBUS Usuário, com créditos adquiridos até 31 de dezembro de 2024, poderão utilizá-los até 45 dias após a data do reajuste, com cobrança da tarifa antiga, podendo ainda ser trocados por créditos eletrônicos de um novo lote, sem qualquer ônus para os usuários.

O usuário também pode revalidar os créditos nesse período para a nova tarifa, sem qualquer ônus. Atualmente, mais de 87% dos usuários utilizam crédito eletrônico como meio de pagamento da tarifa

Renovação da frota e ampliação da oferta de viagens

A PBH informa que intensificou os esforços para implantar melhorias no transporte coletivo da cidade em 2024, renovando a frota e ampliando a oferta de viagens. Até dezembro, 1.005 veículos novos foram incluídos no transporte da Capital.

Saiba quais linhas receberam os veículos:

  • vilas e favelas receberam 21 novos micro-ônibus,
  • o sistema MOVE incorporou 140 novos coletivos.
  • Em 2024, 457 ônibus novos foram integrados ao sistema com ar-condicionado, suspensão a ar e tecnologia sustentável, baseada no sistema Euro 6, que reduz em até 80% a emissão de gases poluentes.

O sistema também passou por melhorias operacionais, com a inclusão de 1,3 mil viagens em 278 linhas de ônibus, especialmente nos horários de pico. Atualmente, são realizadas mais de 24 mil viagens por dia, mais que antes da pandemia de covid-19, apesar do número de passageiros registrados continuar inferior, com registro médio de 38 passageiros por viagem realizada.

Foram implantados também 86 novos abrigos de ônibus, e outros 129 passaram por manutenção. Na área Central de BH, um projeto de reorganização dos pontos de embarque e desembarque está agrupando as linhas de acordo com os destinos dos passageiros, reduzindo o tempo de espera e tornando o deslocamento mais eficiente para os usuários.

Em janeiro, a PBH adotou a política de “Tolerância Zero” em relação às empresas de transporte público, um conjunto de medidas voltadas a melhorar o atendimento ao cidadão e punir a má qualidade na prestação do serviço.

Desde o início da política, foram realizadas 3.954 ações de fiscalização e 23.482 veículos dos sistemas convencional, MOVE e suplementar foram vistoriados (alguns mais de uma vez), resultando em uma média superior a 560 veículos fiscalizados por semana. Essas ações geraram 26.947 autuações, 997 Autorizações de Transporte (ATs) recolhidas e 23 veículos encaminhados ao pátio do Detran-MG.

Saiba onde as fiscalizações ocorreram:

  • nas portas das garagens,
  • estações,
  • ao longo dos itinerários das linhas, incluindo os pontos finais,
  • e também no Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH).

As fiscalizações ocorreram por meio do SITBus, um sistema conectado ao GPS dos ônibus que monitora cada viagem do transporte coletivo em tempo real.

Ao longo do ano foi garantida a gratuidade na passagem para alguns públicos específicos:

  • Auxílio Transporte Mulher
  • Passe integral para estudantes da rede pública
  • Vale-Transporte Saúde
  • Passe livre nos ônibus que circulam em vilas e favelas
  • Transporte gratuito durante as eleições municipais

CDL/BH e seu pleito sobre aumento de tarifa

Há cerca de uma semana, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) enviou um ofício para a PBH solicitando um aviso prévio mínimo de 30 dias sobre qualquer reajuste das passagens de ônibus previsto para 2025.

A alegação do presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, foi que um aumento de tarifa neste momento pode gerar reflexos desfavoráveis, desestimulando o consumo no comércio, pressionando ainda mais os orçamentos das famílias e prejudicando a mobilidade urbana, especialmente para os trabalhadores que dependem do transporte público para suas atividades.

“Nós solicitamos à Prefeitura de Belo Horizonte que houvesse um aviso prévio de pelo menos 30 dias para que os comerciantes pudessem se adequar ao novo preço da passagem. Infelizmente isso não aconteceu e chegamos ao fim do ano sendo prejudicados por esses reajustes. Os lojistas da Capital, que em sua maioria são de médio e pequeno portes, terão que arcar com esses custos que não estavam previstos”, avalia.

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