Com investimento de R$ 30 milhões, Biosolvit e Vale inauguram fábrica de supressor de poeira em Itabira
A Biosolvit e a Vale inauguraram, nesta segunda-feira (15), uma fábrica dedicada à produção de supressor sustentável de poeira feito à base de plástico PET reciclado, em Itabira, na região Central de Minas Gerais. A startup investiu R$ 30 milhões na unidade, que atenderá às operações da mineradora no Estado para reduzir a propagação de poeira.
Com 960 metros quadrados, a instalação terá capacidade para produzir, por mês, um milhão de litros de resina biodegradável. Mensalmente, serão reaproveitadas mais de 24 toneladas de garrafas PET, incluindo materiais de baixa reciclabilidade que iriam para aterro sanitário.
A produção funciona assim: o plástico passa por reciclagem química e é transformado na resina biodegradável e não tóxica, que, por sua vez, é aplicada em pilhas de minério de ferro, vias não pavimentadas e carregamentos ferroviários da commodity, formando uma película protetora que evita a dispersão de poeira e melhora a qualidade do ar.
Fruto de dez anos de pesquisa e R$ 12 milhões em investimentos, o supressor sustentável foi desenvolvido pela Vale em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em 2024, a Biosolvit inaugurou a primeira fábrica do produto, localizada em solo capixaba, para atender à mineradora na Unidade Tubarão, em Vitória, no carregamento de vagões na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EEVM) e em algumas operações mineiras.
“Com as duas unidades, será possível retirar do meio ambiente mais de 70 milhões de garrafas PET por ano, fabricando um produto sustentável que ajuda a reduzir a emissão de poeira”, destaca o CEO da startup, Guilhermo Queiroz.
“Temos investido continuamente em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, com mais de 250 parcerias externas nos últimos 15 anos, envolvendo universidades, institutos e órgãos de fomento”, destaca o gerente-geral de Inovação da Vale, Leandro Viana Teixeira. “A inovação aberta nos permite conectar necessidades operacionais a soluções reais, além de fomentar a ciência. O supressor é exemplo dessa sinergia, unindo tecnologia e impacto positivo à sociedade”, diz.
Benefícios vão além da área ambiental
A fábrica da Biosolvit é considerada um avanço para Itabira. Conforme o prefeito Marco Antônio Lage (PSB), essa é a primeira indústria de beneficiamento de resíduos que o município abriga e é um projeto que prepara a cidade para uma Estação de Tratamento de Resíduos (ETR), a ser instalada pela prefeitura, junto à Vale, a partir de 2026.
O líder do Executivo municipal realça que a produção de supressor de poeira à base de plástico PET trará benefícios ambientais, mas também sociais e econômicos. Isso porque a unidade vai gerar renda para famílias de catadores de material reciclável da região.
Inicialmente, os recicláveis serão fornecidos por cerca de 560 catadores de 12 associações dos municípios de Itabira, Santa Bárbara, Barão de Cocais, João Monlevade, Rio Piracicaba, Ouro Preto, Mariana, Itabirito e Sabará. A expectativa é que a receita desses trabalhadores cresça até 30% com a venda de PET para a Biosolvit.
As associações são apoiadas pelo Projeto Reciclo Agora, criado pela Vale. No âmbito desse programa, a mineradora disponibilizou recursos para a construção de um novo galpão, inaugurado neste mês, para a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Itabira (Ascarmarita), que se prepara para fornecer insumos à fábrica.
Segundo Lage, o investimento na produção da resina biodegradável estimula a plataforma de economia circular através do lixo, o que faz parte do Itabira Sustentável – plano desenvolvido pela Prefeitura de Itabira, em diálogo com a Vale, com projetos de curto, médio e longo prazo, visando preparar o município para o pós-mineração.
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