Black Friday de BH não empolga e repete desempenho do ano passado
Comerciantes e representantes de lojistas afirmam terem uma percepção de que as vendas da Black Friday deste ano não superaram a do ano passado e alegam que as duas datas tiveram um número parecido de vendas. Eles alegaram que os que conseguiram vender mais foram os comerciantes que tinham produtos mais em conta ou com forte descontos
“Lojistas que estavam com descontos agressivos estavam com movimentos nas lojas”, afirmou o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de BH e Região (Sindilojas-BH), Salvador Ohana.
Uma percepção similar a da diretora da Associação dos Comerciantes do Hipercentro de Belo Horizonte e diretora da Simone Modas, Jaqueline Bacha, que afirmou que, neste ano, os clientes foram atrás de produtos de valores mais baixos, mas que, devido a um tíquete médio menor, acredita que o saldo seja similar ao de 2024.
“Foi a mesma coisa do ano passado. Eles (clientes) procuraram coisas de valor pequeno, baixo e confirmaram se o produto teve redução de preço. Foi um cliente mais exigente”, disse Jaqueline Bacha.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) afirmou, na última semana, que a tradição em presentear pessoas queridas seria afetada por gastos mais controlados, mas que mesmo assim o mercado está otimista para o período. Os bons números apresentados em outros períodos de compras, como Dia das Mães, Dia das Crianças e outros, são apontados como justificativa para a posição positiva.
Calçados, roupas e eletrodomésticos
Salvador Ohana afirmou que lojas de calçados, principalmente nos outlets, e magazines, como Renner, Riachuelo e Zara, ficaram cheias durante a Black Friday e acredita que os setores apresentem bons números. Já com os donos de lojas de eletroeletrônicos a percepção é de que a data foi morna.
“O pessoal que vende geladeira, fogão e outros, falaram que foi médio. A percepção é diferente pois o concorrente dele é a internet”, afirmou o presidente do Sindilojas-BH.
O motivo, segundo Jaqueline Bacha, é que o cliente está evitando comprar itens de valores mais altos e dividir no cartão, o que poderia comprometer as finanças no futuro. “O cliente que vai fazer uma compra extremamente volumosa e dividir isso no cartão, pode acabar pagando um juros alto”, alertou.
Em outubro, 23,4% dos belo-horizontinos disseram que não terão condições de pagar suas dívidas, apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG).
Os comentários foram feitos com base na percepção dos representantes do setor, já que os dados sobre o impacto das promoções do período só devem ser conhecidos ao longo da semana.
Esquenta do Natal
O presidente do Sindlojas BH e Região, Salvador Ohana, alegou que muitas pessoas usam a Black Friday para antecipar as compras de produtos para amigos e familiares nas festividades natalinas.
“A Black Friday é um esquenta para o Natal. Muitas pessoas aproveitam para comprar os presentes de Natal, já que tem muito desconto na peça. O que diminui o movimento do Natal”, afirmou.
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