Comércio em Minas Gerais avança 0,5% em novembro

Impactado pela Black Friday, o comércio em Minas Gerais registrou resultado positivo no mês de novembro, com alta de 0,5% na comparação com o mês anterior. O desempenho foi superior à média nacional, que encerrou em queda de 0,4%, conforme aponta a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado resgata o otimismo dos empreendedores do setor, que nos últimos seis meses apresentou desaceleração, com quatro indicadores negativos e apenas dois positivos. Apesar disso, no acumulado anual, o Estado caminha para encerrar o ano de 2024 com números positivos, já que mantém um crescimento de 3,8%, embora se mantenha 1,2% abaixo média nacional.

No comércio varejista, seis das oito atividades avaliadas obtiveram avanços na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Dentre os segmentos em destaque, “Móveis e eletrodomésticos” e “Tecidos, vestuário e calçados” apresentaram alta de 10,7% e 6,1% respectivamente.

Ambos os setores, segundo a analista de pesquisas em empresas do IBGE em Minas Gerais, Alessandra Coelho de Oliveira, provavelmente se sobressaíram com o impacto da Black Friday, cuja estimativa de movimentação ultrapassou R$ 2 bilhões apenas na Capital mineira. “A data não movimenta apenas um dia específico, ela estimula compras ao longo do mês inteiro. Com certeza temos um impacto no resultado de novembro, especialmente nesses setores em destaque”, avalia.

Na comparação entre novembro de 2023 e novembro de 2024, o comércio em Minas Gerais registrou um crescimento de 1,9% no último ano. O resultado, segundo a analista, mostra que a Black Friday apresentou resultados superiores ao ano anterior, influenciada pelo atual cenário econômico.

Em 2024, o cenário econômico, em geral, apresentou tanto tendências positivas quanto negativas. “Se por um lado, a inflação a 4,87% em novembro e um dólar com cotação acima do ano anterior pressionou o setor, por outro, o aumento do crédito para o consumo, os juros bem menores e o maior número de pessoas ocupadas contribuíram para um resultado final positivo”, avalia Alessandra Oliveira.

Em geral, a analista destaca que o comércio em Minas Gerais no ano passado foi marcado por um primeiro semestre em trajetória de crescimento e um segundo semestre que oscilou com quedas e avanços. De janeiro a novembro, o crescimento acumulado de 3,8% colocou o Estado com o quinto menor crescimento no período entre as unidades federativas.

Com relação aos meses de dezembro e início de 2025, a especialista do IBGE em Minas Gerais acrescenta ser necessário aguardar o comportamento econômico brasileiro para traçar eventuais tendências para o decorrer do ano.

Mercado de veículos se destaca no comércio varejista ampliado

Além dos setores “Móveis e eletrodomésticos” e “Tecidos, vestuário e calçados”, outros segmentos também se destacaram em novembro. “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” registraram avanços de 4,3% no período após dois meses seguidos de crescimento: 12,1% em setembro e 9,9% em outubro.

“Livros, jornais, revistas e papelaria” também encerraram o penúltimo mês do ano em alta. O segmento, que vinha apresentando queda de 5,2% e 5,6% nos dois meses anteriores, também se recuperou embalado por uma das principais datas comerciais do ano.

Já o setor de “Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação” apresentou a maior retração do mercado comercial. Em novembro, a categoria encerrou com queda de 15,5% após desempenhos positivos em setembro (16,9%) e outubro (6,3%).

Com relação ao comércio varejista ampliado, a categoria de “Veículos, motocicletas, partes e peças” registrou os maiores avanços em novembro, com alta de 8,1%. As demais categorias “Material de construção” e “Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo” apresentaram retração de 2,9% e 17,9% respectivamente.