Black Friday 2025 aquece o comércio em MG e pode ter efeito positivo nas vendas de Natal
A Black Friday 2025 deixou o comércio mineiro otimista. Segundo o levantamento Monitor de Vendas Black Friday 2025, realizado pela Federação do Comércio, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), 67,9% dos estabelecimentos no Estado registraram vendas iguais ou maiores este ano em comparação com 2024. O estudo indica que, para 56,3% das empresas que realizaram ações na data as expectativas de vendas foram alcançadas.
As empresas com bons resultados somaram 30,9% de vendas e as que tiveram vendas iguais às do ano passado foram 36,9%. Para 71,9% das que tiveram vendas superiores em 2025, o volume girou em torno de 10,1% a 40% a mais. Já para 25,5% das empresas, o resultado ficou abaixo da Black Friday anterior; entre estas, 53,2% registraram queda no volume de vendas de 10,1% a 20%.
Os comércios com melhores vendas associam o bom desempenho durante a Black Friday aos seguintes fatores:
- aquecimento do comércio
- melhora da economia
- ações de divulgação
De acordo com 36,8% das empresas, os ganhos no período, em comparação com as vendas diárias, aumentaram entre 10,1% e 20%; para 26,3%, foram de 20,1% a 40% e para 24,5% os ganhos foram até 10% maiores. Um percentual de 8,7% das empresas entrevistadas informou aumento das vendas que variou de 40,1% a 60% em comparação com as vendas do dia a dia.
Mas também houve algumas quedas. Segundo 25,5% dos estabelecimentos que registraram redução das vendas na Black Friday em comparação com as vendas do dia a dia, 44,6% informaram queda de até 10%; 23,4% apontaram redução de 10,1% a 20% e 21,2% notaram queda entre 20,1% a 40%.
Foi bom, mas pode melhorar
De acordo com a economista da Fecomércio MG Fernanda Gonçalves o Estado apresentou um desempenho positivo na Black Friday por uma junção de boas estratégias que foram bem estruturadas, combinando divulgação eficiente, produtos diferenciados, atendimento qualificado e promoções capazes de gerar impacto no consumidor.
Ela afirma que a predominância de resultados satisfatórios consolida a data como um importante impulsionador do comércio de bens, serviços e turismo, reforçando sua relevância para o aquecimento da economia. No entanto, a economista indica que ainda há uma jornada a ser feita para alguns comércios tenham melhores desempenhos.
“Apesar disso (bom desempenho geral), 25,5% dos estabelecimentos registraram queda nas vendas, o que evidencia a necessidade de uma análise interna das práticas comerciais e financeiras, considerando, por exemplo, a ampliação das opções de parcelamento para elevar o tíquete médio e estimular a aquisição de produtos de maior valor, permitindo ao cliente ajustar as parcelas ao seu orçamento”, observa Gonçalves.

“Gordurinha” do Natal para janeiro
Fernanda Gonçalves avalia ainda que as boas práticas da Black Friday, aliadas a estratégias focadas nas festas de fim de ano, principalmente no Natal, podem criar um cenário positivo para o comércio aproveitando o “embalo” da Black Friday.
“As boas estratégias podem ser mantidas e incrementadas para aproveitar o embalo da Black Friday e a força das festas de fim de ano, já que elas possuem apelo emocional forte. Disso, pode resultar um efeito positivo para o comércio que ganharia uma ‘gordurinha’ para começar janeiro do próximo ano. O primeiro mês do ano é sempre de preocupação para as pessoas, com contas escolares, impostos e outras despesas”, comenta a economista.
Mudança no consumo
Ela destaca outro ponto sobre as diferenças de consumo nos meses de dezembro e janeiro: o perfil de consumo nesses meses. Enquanto setores como moda, brinquedos, calçados ganham força em no mês natalino, janeiro traz mais foco em serviços, como os de turismo e escolares.
“A mudança de perfil no consumo de dezembro para janeiro pode ser observada pela troca no estilo de compras. Em um período, bens de consumo, como brinquedos, roupas, calçados e coisas de valor agregado mais alto, ganham espaço, com uma mudança clara no mês seguinte, quando serviços viram protagonistas, como turismo, escolas, além das obrigações de taxas de início de ano, como o IPTU”, completa Fernanda Gonçalves.
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