BNB amplia recursos para área mineira da Sudene

O Banco do Nordeste do Brasil S.A (BNB) ampliou a dotação orçamentária para Minas Gerais em R$ 347 milhões. Com isso, o volume de recursos disponíveis para a área da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) no Estado passou de R$ 1,506 bilhão para R$ 1,854 bilhão.
“Nós fizemos uma reprogramação, em que recebemos agora um aporte de R$ 347 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE)”, conta o superintendente do BNB em Minas Gerais, Wesley Maciel.
O aumento, segundo ele, está relacionado à expansão da área da Sudene em Minas Gerais. A autarquia federal, que compõe um conjunto de programas de desenvolvimento, consiste em contribuir diretamente na redução de desigualdades regionais em vários estados brasileiros.
“Todos os estados receberam uma elevação no volume de recursos, mas Minas Gerais recebeu 5% a mais que as outras superintendências. Esse aumento se justifica pelo tamanho geográfico da área da Sudene em Minas, que é a maior entre as demais. A área em questão equipara-se ao tamanho de Sergipe, no Nordeste brasileiro, e também porque é uma área praticamente nova, que possui uma demanda reprimida, e que necessita desses recursos”, elenca Wesley.
O banco tem por exigência constitucional apoiar a execução de políticas e programas que são destinados à promoção do tecido social. Dentre as frentes em manutenção, estão os recursos destinados à agricultura familiar, às micro e pequenas empresas, ao financiamento estudantil com recursos constitucionais, assim como também a aplicação de geração de energia solar para pessoas físicas.
Distribuição
Para este ano, o BNB contará com recursos da ordem de R$ 31,64 bilhões em toda a sua área de atuação. O montante representa um incremento de 19% em relação à dotação inicial, de R$ 26,6 bilhões.
Do total, para as micro e pequenas empresas, o orçamento anual passou de R$ 4,3 bilhões para R$ 4,9 bilhões. Nos investimentos em geração de energia fotovoltaica em residências, o incremento chega a R$ 14 milhões. Os financiamentos das mensalidades em cursos de graduação, antes com R$ 20 milhões, passaram para R$ 25 milhões em recursos. Já o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) passou de R$ 4,1 bilhões para R$ 4,7 bilhões.
Demanda por crédito
Wesley Maciel explica que este ano está marcado por um arrefecimento da procura por crédito. “Esse efeito acontece por conta do abrandamento do período da pandemia, fazendo com que aumentasse e muito o interesse por crédito. Nós tínhamos um cenário em que as empresas preocupadas com o endividamento passaram por momentos diferentes com as portas fechadas e a procura por crédito. No entanto, com o retorno das aulas, dos restaurantes, das lojas em centros comerciais, dentre outros segmentos, foi perceptível uma perda de calor nesse movimento”, avalia o superintendente.
Como consequência, a procura por crédito que se estendeu pelo mercado brasileiro, ocasionou alta demanda por financiamentos. “Essa procura contribuiu para que os empresários atuassem com os investimentos sob controle. Na prática, este comportamento permitiu mais emprego, mais movimentação de prestadores de serviços diretos e indiretos, e maior quitação de impostos como garantia de desenvolvimento nas regiões”, considera.
Alta de juros
Dentro de um cenário de alta de juros, é natural a espera por uma elevação de volatilidade, redução nos preços de commodities e de bens industriais. No entanto, para os bancos é um cenário favorável. A alta de juros beneficia as instituições financeiras por conta da cotação da taxa Selic, que está em 13,75% ao ano, com expectativa de se manter congelada até o final de 2022.
“A verdade é que, para o empresariado, ela (a Selic) é uma taxa de juros negativa. Porém, para o Banco do Nordeste, ela tem contribuído para quem está empreendendo, pois comparada às taxas de outros bancos, a nossa é evidentemente mais atrativa, o que favorece para as micro e pequenas empresas, por exemplo”, diz Maciel.
Atualmente, o BNB tem praticado uma taxa entre 6% e 8% para negócios da área rural, e de 8% a 9,5% para a área urbana. As taxas são definidas a cada ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), sendo alterada de acordo com a inflação.
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