BNDES aprova R$ 40 milhões para expansão da VPA Bioenergia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 216,6 milhões para custeio de projetos de armazenagem em Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em Minas Gerais, os recursos serão para a VPA Bioenergia, com sede em Paracatu, no Noroeste do Estado. A usina está diversificando as atividades e passará a produzir açúcar. Para isso, o projeto da indústria, que já produz etanol e bioenergia, prevê um investimento próximo a R$ 180 milhões, sendo R$ 40 milhões via financiamento do BNDES.
Os recursos são provenientes do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), do Plano Safra 2024/25, e do Finem – financiamento do BNDES voltados para projetos completos de expansão e modernização de empresas dos setores da indústria, comércio e serviços.
Conforme o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, os projetos apoiados pelo Banco estão alinhados aos objetivos da Nova Indústria Brasil. “Fortalecer as cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para garantir a segurança alimentar, nutricional e energética no País”, explicou.
VPA Bioenergia aposta na diversificação
Conforme os dados do BNDES, dos R$ 216,6 milhões aprovados, R$ 40 milhões serão para a usina Vale do Paracatu. Deste total, R$ 25 milhões virão do PCA e R$ 15 milhões do Finem. Na unidade da VLA Bioenergia, R$ 34,9 milhões serão usados para a construção de armazéns, cuja capacidade de estoque chegará a até 60 mil toneladas de açúcar ou 1,2 milhão de sacas.
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O recurso vindo do BNDES também financiará parte da construção de uma fábrica de açúcar, com R$ 5,1 milhões, para a produção de 155 mil toneladas do produto por ano. Durante as obras houve a geração de 300 empregos diretos. Quando a usina estiver em produção, serão 50 postos de trabalho.
Conforme o CEO da VPA Bioenergia, José Geraldo Machado, o investimento no projeto ficará próximo a R$ 180 milhões e a usina de açúcar entrará em operação em junho, já produzindo açúcar na safra 2025/26.
“As obras de expansão começaram em outubro de 2024 e a expectativa é iniciar as operações em junho. Nossa capacidade de produção de açúcar é de 20 mil sacos por dia. Dependendo da safra, poderemos produzir de 150 mil a 180 mil toneladas de açúcar ao ano. A VPA já produz etanol, bioenergia e os Créditos de Descarbonização (CBIOs) e resolvemos diversificar. A partir desta safra, teremos também o açúcar VHP para exportação. A diversificação garantirá uma maior sustentação para o crescimento da VPA e expansão da moagem”, explicou.
Segurança na rentabilidade
Com a instalação da fábrica de açúcar, haverá também maior margem de segurança em relação à rentabilidade da empresa frente às oscilações de mercado. Isso porque será possível escolher a maior produção de açúcar ou etanol conforme a melhor demanda de mercado.
“Com a diversificação vamos conseguir agregar uma boa segurança da rentabilidade da nossa empresa. A linha de crédito do BNDES é muito interessante, com boas condições de financiamento e permitindo a nossa expansão”.
Para o presidente da Siamig Bioenergia, Mário Campos, a diversificação para produção de mais produtos a partir da cana é muito importante para as empresas do setor.
“A VPA deu um passo importante diversificando para a produção de açúcar, antes só produzia etanol e bioeletricidade. O açúcar é um produto extremamente importante para dar sustentação ao crescimento das empresas do setor pelo ecossistema de financiamento e precificação existente na sua operação”.
Safra 2025/2026
Quanto à safra 2025, Machado explica que a produção de cana-de-açúcar passa por desafios climáticos, mas que as expectativas são positivas. Hoje, a capacidade de moagem instalada na indústria é de 1,85 milhão de toneladas de cana. O canavial da VPA está em expansão para atingir a capacidade.
“Estamos vivendo um momento de muitos extremos. Na safra 2023 tivemos chuvas abaixo da média histórica, 2024 foi pior ainda e ficamos com mais de 200 dias sem chuvas. Agora, em dezembro de 2024 e janeiro de 2025, tivemos 45 dias de chuvas. Esse extremo é desfavorável, mas, acreditamos muito que nas adversidades é que surgem as oportunidades, por isso, estamos investindo. Acreditamos que em 2025/26 teremos bons números para o açúcar, que tem uma demanda mundial crescente”, explicou o CEO da VPA Bioenergia, José Geraldo Machado.
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