BNDES apresenta linhas de crédito para empresas mineiras afetadas por tarifaço de Trump

Nesta segunda-feira (15), empresários mineiros atingidos pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniram para conhecer as iniciativas e as linhas de apoio especiais oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao setor produtivo.
O encontro ocorreu na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e a Fecomércio-MG, onde as duas principais linhas de crédito do BNDES, criadas para minimizar os impactos do tarifaço, foram detalhadas para o empresariado mineiro.
Executivos do BNDES estão percorrendo as principais cidades brasileiras para divulgar os produtos. São eles:
- Crédito Indústria 4.0: financia projetos de difusão de máquinas e equipamentos e teve recursos ampliados em R$ 12 bilhões para atender empresários atingidos pelas tarifas norte-americanas;
- Plano Brasil Soberano: oferece cerca de R$ 40 bilhões para apoiar o setor exportador brasileiro.
Segundo o diretor da instituição, José Luís Gordon, os empresários já podem procurar os bancos parceiros do BNDES para obter os benefícios, já que os créditos devem ser liberados ainda nesta semana. Empresas com faturamento acima de R$ 80 milhões podem recorrer diretamente ao BNDES.
“O governo lançou o Brasil Soberano, que reúne uma série de auxílios, incluindo linhas do BNDES para apoiar o setor empresarial. Todos aqueles que exportam para os Estados Unidos e que se sentiram afetados pelo tarifaço podem contar com alguma linha de crédito para apoiá-los, alguns com mais incentivo, outros com menos, mas todos terão alguma alternativa do BNDES”, afirmou.
Ainda segundo o diretor do BNDES, os créditos têm como objetivo financiar capital de giro, ampliar ou diversificar a pauta de exportação e investir em bens de capital, como máquinas e equipamentos.
Ao todo, são disponibilizados R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões em recursos próprios do banco, dentro do Plano Brasil Soberano. As linhas de crédito para os mais afetados terão juros entre 7% e 10% ao ano.
Mineradoras devem ser as mais beneficiadas, diz Kátia Abreu
Para o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, os planos são uma oportunidade para os empresários ganharem fôlego neste primeiro momento, com acesso a crédito em condições especiais e juros reduzidos. “Não é uma solução perene. As empresas devem procurar novos mercados e se readequarem. Mas, enquanto isso não acontece, é uma boa forma de se manter no mercado”, disse.
Presente no evento, a ex-senadora e ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, disse que, em Minas Gerais, a ação beneficia principalmente as mineradoras. “O BNDES trabalha para todo o Brasil, mas Minas será impactada positivamente pelas linhas de crédito para a mineração. O estado é o que mais minera no Brasil, então tenho certeza de que muitas mineradoras poderão se interessar por esses créditos”, afirmou.
O presidente da Fecomércio-MG, Nadim Donato, comentou que o setor de comércio e serviços é o último a ser atingido e, até agora, ainda não foi. Mas ele considera as medidas anunciadas pelo BNDES importantes para aliviar a cadeia produtiva e reduzir as consequências para o consumidor.
“É importante aliviar a estrutura para o consumidor final, senão toda a cadeia transfere o custo operacional para o produto final, e fica inviável fazer esse repasse. O consumo já não está tão aquecido como antes e, depois, pode se tornar inviável”, reforçou.
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