Bolsa deve continuar a atrair os investidores neste ano

A expectativa da vacinação global contra a Covid-19, ao longo de 2021, deverá ser um dos principais impulsos para a recuperação da economia mundial. No Brasil, com os juros baixos e a expectativa de recuperação econômica, os aportes em ações podem ser positivos e uma forma de diversificar os investimentos. Porém, diante tantas incertezas em relação à pandemia e a retomada econômica, a tendência é que as oscilações na Bolsa de Valores continuem, por isso, é importante não concentrar os investimentos nesse ativo. Dentre os segmentos que devem se destacar estão os de logística, construção civil, bancos e comércio.

Para o especialista em investimentos da Magnetis, empresa gestora de investimentos digitais, Lucas Taxweiler, após a queda forte da bolsa no Brasil, logo no início da pandemia de Covid-19, ao longo de 2020, o mercado financeiro foi se recuperando, em índices maiores que a economia real, devido às expectativas positivas em relação à vacina contra a Covid-19 e a retomada da economia.

“A bolsa está se recuperando de forma mais rápida que a economia real. Isso acontece, porque o mercado trabalha com expectativas. Mais gente está comprando ações porque as pessoas acreditam que da forma com que o cenário está sendo desenhado, a recuperação econômica será mais rápida. Os fatores que trazem esse otimismo são o avanço da vacinação e as contas públicas sob controle, por exemplo”.

Porém, Taxweiler alerta que diante a alta muito grande observada na bolsa e o mercado muito otimista, notícias negativas – como um possível atraso na vacinação, descontrole da inflação e dos gastos do governo, por exemplo – podem provocar correções nas ações. Da mesma forma, que se as notícias forem positivas, as ações tendem a subir.

“O importante é que o investidor mantenha a calma e o risco sob controle. É importante ter uma diversificação dos investimentos e não colocar todas as fichas nessa classe de ativos”.

O analista de investimentos da Terra Investimentos, Regis Chinchila, explica que o ano de 2021 será repleto de desafios, começando pela expectativa da vacinação do coronavírus em escala global, o que deve impulsionar a recuperação das economias mundiais. Já no cenário internacional, será importante acompanhar o governo de Joe Biden, novo presidente dos Estados Unidos, e a relação entre os norte-americanos e a China. Será importante também acompanhar o movimento de recuperação da Europa.

“De uma forma geral, 2020 teve um impacto muito forte nas economias globais devido à pandemia, com necessidades de altos estímulos monetários e fiscais por parte dos governos e bancos centrais que empurraram as taxas de juros às mínimas históricas. Os investidores seguirão atentos às questões sobre movimento nos estímulos, inflação e atividades”.

Para o Brasil, segundo Chinchila, os desafios políticos e econômicos são gigantes para 2021, começando pelo Congresso, que precisa destravar pautas importantíssimas como as votações da PEC emergencial, do Orçamento de 2021 e das reformas tributária e administrativa.

“Mesmo diante deste cenário macro tão complexo e com tantas variantes condicionais, acreditamos que as empresas brasileiras entregaram ótimos balanços no terceiro trimestre sendo um ponto de virada, atraindo investidores estrangeiros nos meses de novembro e dezembro. Por isso, nossa expectativa para início de 2021 é de um Ibovespa em 130 mil pontos, com boas expectativas para empresas exportadoras, logística, construção civil, bancos e commodities”.

Melhores desempenhos – As dez ações que devem ser destaques em 2021 são Petrobras, Vale ON, B3 ON, Gerdau PN, Eztec ON, Via Varejo, Rumo ON, JBS ON, Telefônica Vivo PN e Bradesco PN.

O analista de investimentos da Mirae Asset Wealth, Pedro Galdi, explica que o cenário econômico brasileiro ainda é de juro baixo no curto prazo, o que deverá continuar levando o investidor a buscar maiores riscos e retornos e, portanto, nesse cenário, continuarão apostando na alta das Bolsas de Valores.

Para Galdi, os setores com melhores expectativas na bolsa, conforme o cenário atual, são: açúcar, etanol, combustíveis, alimentos, bancos, bens de capitais, comércio, concessão de rodovias, construção, energia elétrica, saneamento, mineração, siderurgia e transportes.

“Todos os segmentos relacionados à retomada da economia devem apresentar bons resultados na Bolsa de Valores”, disse Galdi.