Bolsonaro afirma que governo busca rever política de preços da Petrobras

Rio de Janeiro – O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar ontem a política de preços de combustíveis da Petrobras que busca a paridade com o mercado internacional, e disse que o governo está buscando rever a regra como uma forma de conter o aumento dos combustíveis.
“(A Petrobras) é uma empresa que eu não tenho domínio sobre ela, tem o seu aparelhamento, ela busca o lucro. Tivemos problema sério no passado, além da corrupção, com a questão da paridade com o preço internacional. Estamos buscando rever essa questão”, disse Bolsonaro em entrevista à Rede Correio Sat, no Palácio do Planalto.
Bolsonaro culpa em parte a política de preços da Petrobras, que leva em conta a variação do câmbio no país e os preços internacionais do petróleo, pela disparada dos combustíveis neste ano. O presidente também defende que seja aprovado um projeto no Congresso para fixar um valor para o imposto estadual ICMS, que incide sobre os combustíveis. O projeto já passou pela Câmara e agora precisa ser analisado pelo Senado.
“Tudo o pessoal critica o governo, mas a Petrobras entrega a gasolina a 2,30 o litro, como é que chega a 7 no final da linha?… O pessoal cobra de mim a solução, mas a solução parte de outros órgãos, não apenas de mim”, afirmou Bolsonaro.
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CEO – Já o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou que a companhia poderá ser privatizada no futuro desde que seja de interesse da União, mas tal movimento faria pouca diferença em sua operação considerando suas atuais regras de governança.
O executivo acrescentou ainda, em entrevista à TV Jovem Pan ontem, que a redução do número de estatais é “uma tendência global”, e que a desestatização da Petrobras reduziria o recebimento de dividendos pelo governo.
“Essa é uma decisão que poderá ser tomada a partir de um estudo aprofundado por iniciativa do acionista majoritário, a União. A modificação disso seria a redução daquilo que ela(União) recebe de dividendos e royalties, porque em termos de como ela trabalha a diferença é muito pequena”, disse o executivo.
“Ser uma empresa privada ou estatal, como ela funciona hoje, a diferença é muito pequena”, acrescentou.
“Ela (Petrobras) tem um sistema de governança e conformidade que dificilmente seria alterado. Poderia ser privatizada? Sim, essa é a tendência do mundo, diminuir as estatais”, adicionou.
O general da reserva confirmou ainda que o novo plano de negócios da estatal, que será divulgado na quinta-feira (25), manterá o seu foco no pré-sal, confirmando reportagem da Reuters publicada na semana passada.
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