Economia

Boston Metal investirá R$ 500 mi em indústria em MG

Startup, que vai recuperar metais de alto valor a partir de rejeitos de mineração, terá planta no Campo das Vertentes
Boston Metal investirá R$ 500 mi em indústria em MG
Boston Metal vai recuperar metais de alto valor agregado a partir de rejeitos da mineração | Crédito: Divulgação

A Boston Metal vai investir R$ 500 milhões na construção de uma indústria em Coronel Xavier Chaves, município próximo a São João del-Rei, no Campo das Vertentes. A unidade vai recuperar metais de alto valor agregado a partir de rejeitos de mineração. O processo será feito por meio de uma tecnologia inovadora denominada de eletrólise de óxido fundido (MOE). A previsão é de geração de cerca de 200 empregos diretos e mais de 1.000 indiretos. 

Esta será a primeira planta produtiva da startup nascida no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. No País, a empresa mantém uma escala menor para demonstração do MOE e realização de pesquisas, sendo o foco principal a produção de aço verde. Apoiada por gigantes como Bill Gates, Vale, BHP, BMW e ArcelorMittal, a companhia é liderada pelo ex-presidente da mineradora CBMM, Tadeu Carneiro.

“É um projeto revolucionário com baixíssimo impacto ambiental e geração de CO2 extremamente baixo em relação aos processos tradicionais. Vamos trabalhar basicamente reciclando escórias existentes no mercado, aproveitando para extrair materiais de maior valor agregado como tântalo, nióbio e estanho, metais de significância para indústria tanto local quanto mundial”, destaca o presidente da Boston Metal do Brasil, Itamar Resende. 

Resende afirma que o projeto é revolucionário e de baixo impacto | Crédito: Divulgação

De acordo com o chefe da subsidiária brasileira, inaugurada em agosto de 2022 em meio a um exponencial crescimento da startup, as obras já se iniciaram e o projeto será dividido em três etapas. A primeira se refere à fase piloto, com término previsto ainda para este ano. A segunda se trata da fase de demonstração, estimada para o ano que vem. A última corresponde à fase final, ou seja, o projeto todo instalado em 2026. Ainda segundo ele, a planta em Minas Gerais ocupará cerca de três hectares de uma área total de 20 hectares. 

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Inicialmente, os rejeitos utilizados na planta serão oriundos da Mineração Taboca, produtora nacional de minerais industriais, incluindo, as ligas necessárias para o desenvolvimento do projeto. A mineradora assinou um memorando de entendimento para explorar o uso da tecnologia MOE. Por consequência, a Boston Metal do Brasil ajudará a solucionar o gargalo do passivo ambiental do setor, além de aumentar a eficiência da produção de metais.

“Vamos saber com certeza depois que começar a operar. Porém, é óbvio que assim que a gente disparar essa primeira fase, vamos começar uma busca estratégica de outros rejeitos de mineração que possam ser utilizados na nossa tecnologia. Ainda não temos nada firme, nada mapeado, estamos começando os contatos para buscar outros”, ressalta o vice-presidente da subsidiária, Alexandre Quinze.

Conforme o vice-presidente, a unidade no Estado será de extrema importância para a empresa demonstrar que a aposta feita pelos investidores está na direção certa. Ele explica que em laboratório e em escala piloto a tecnologia já se demonstrou viável, no entanto, a prova será, de fato, quando a fábrica estiver em funcionamento. Quinze ainda aponta outro fator relevante da construção que diz respeito a comprovar que a plataforma da startup é flexível para trabalhar com outros metais para além da produção de aço verde.  

Escolha do local

A decisão por Coronel Xavier Chaves, no Campo das Vertentes, decorreu de alguns fatores. Segundo o vice-presidente da Boston Metal do Brasil, a região possui vocação para mineração e metalurgia; grandes indústrias como a AMG; mão de obra qualificada; e energia em abundância e limpa para o processo de eletrólise. Além disso, atende ao critério de busca pela área que proporcionasse o menor impacto ambiental na construção. 

“Para se ter uma ideia, nessa primeira fase, não teremos impacto algum. Não vamos ter que fazer remanejamento em nada. Tem impacto praticamente nulo. Então juntamos todas essas condições e chegamos à conclusão que aquele terreno seria o mais adequado”, afirma Quinze.

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