Economia

BP Bunge recebe aval para fornecer etanol à produção de combustível de aviação SAF

Empresa, que já exporta etanol para grandes mercados, ressalta papel do biocombustível feito de cana na busca pela descarbonização
BP Bunge recebe aval para fornecer etanol à produção de combustível de aviação SAF
Crédito: Reuters

A BP Bunge Bioenergia, segunda maior processadora de cana do Brasil, informou nesta sexta-feira que recebeu certificação ISCC Corsia para utilização do seu etanol como matéria-prima para produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês).

A companhia disse que a certificação representa um passo importante para fortalecer os negócios “em uma frente que já é bastante promissora atualmente: a exportação de etanol”.

A empresa já exporta para grandes mercados, como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Europa, e agora está apta para atingir um mercado de SAF que deve crescer nos próximos anos, à medida que o setor de aviação busca reduzir suas emissões.

Em comunicado, a empresa disse que a certificação do biocombustível produzido na unidade Ouroeste (SP) reforça o papel do etanol produzido a partir da cana, como uma das soluções para atender a necessidade crescente de descarbonização mundial.

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“A solução para transição energética não se fará por um único caminho, são várias rotas, mas o etanol da cana-de-açúcar é a solução que o Brasil já tem disponível, com escala, pronto para utilização e com potencial para diferentes aplicações, como o SAF”, disse o diretor Comercial e de Originação da BP Bunge Bioenergia, Ricardo Carvalho, na nota.

A certificação ISCC (International Sustainability & Carbon Certification) é um sistema mundial que verifica toda a cadeia dos biocombustíveis, desde o cultivo da biomassa até o consumo final, para garantir uma produção sustentável. Já o programa Corsia é uma iniciativa liderada pela Organização Internacional da Aviação Civil (Icao), agência especializada da ONU, que tem o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na aviação civil.

A empresa destacou o diferencial do etanol brasileiro extraído da cana, de mais baixo teor de carbono.

“O etanol brasileiro de cana-de-açúcar apresenta vantagens significativas em relação às emissões em sua cadeia de produção, quando comparado ao etanol de milho produzido em outros países — o que já é uma vantagem competitiva importante”, disse o gerente comercial de etanol da BP Bunge, Edi Castro.

A BP Bunge Bioenergia projetou há cerca de dois meses processar entre 28 milhões e 29 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2023/24, o que representaria um crescimento de até 16% na comparação com a temporada anterior.

Em agosto, a concorrente Raízen anunciou que recebeu certificação ISCC Corsia Plus, colocando-a como apta para atender essa demanda de SAF com o etanol de cana.

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