Economia

Brasil abre 147.358 vagas formais de trabalho em agosto, abaixo do esperado

O Brasil abriu 147.358 vagas formais de trabalho em agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
Brasil abre 147.358 vagas formais de trabalho em agosto, abaixo do esperado
Foto: Washington Alves/ Reuters

 O Brasil abriu 147.358 vagas formais de trabalho em agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O resultado do mês passado foi fruto de 2.239.895 admissões e 2.092.537 desligamentos e ficou abaixo da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 160.000 vagas.

O saldo de agosto deste ano foi o pior para o mês em toda a série histórica do Novo Caged, que contabiliza dados desde 2020. No mesmo mês em 2024, foram criados 239.069 postos de trabalho.

Já no acumulado do ano, o saldo positivo ficou em 1.501.930, menor do que o mesmo período em 2024, que contabilizou abertura de 1.742.664 vagas.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, voltou a apontar, nesta segunda-feira, os efeitos da elevada taxa básica de juros como fator principal para o resultado mais fraco do mês passado, destacando que ele superou o impacto das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

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“Você tem um pequeno impacto das tarifas do senhor Trump”, disse em entrevista coletiva para a divulgação dos dados. “Mas eu diria que o maior impacto é dos juros, porque a tarifa impacta alguns setores específicos…agora os juros impactam bastante, porque interferem no conjunto da economia”.

Na semana passada, Marinho já havia antecipado que os dados referentes a agosto mostrariam a continuação do crescimento do emprego formal no Brasil, mas em um ritmo menor do que o que vinha sendo registrado anteriormente e responsabilizou o alto patamar da taxa de juros pela desaceleração.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira que o mercado de trabalho brasileiro está atualmente “no melhor momento das últimas três décadas”, mas que os dados da economia subsidiam o cenário-base do BC, de desaceleração da atividade.

O Comitê de Política Monetária manteve, neste mês, a taxa Selic em 15% ao ano pela segunda vez seguida e destacou que seguirá avaliando se manter os juros nesse patamar por período bastante prolongado será suficiente para levar a inflação à meta de 3%.

O setor de serviços liderou a criação de vagas em agosto com saldo positivo de 81.002 vagas, seguido pelo setor de comércio, com abertura de 32.612 postos, segundo dados sem os ajustes com informações prestadas pelas empresas fora do prazo. O setor agropecuário foi o único entre os cinco setores a registrar saldo negativo, de 2.665 vagas.

PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR

Questionado sobre o cronograma para um possível anúncio de mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) discutidas pelo governo, Marinho disse que já foi tomada uma decisão, que deve ser formalizada na próxima semana.

“Nós temos uma decisão tomada, só não está anunciada e não vai ser anunciada enquanto ele não bater o martelo no final”, afirmou. “Semana que vem, a gente deve tomar essa decisão, se o (ministro da Fazenda, Fernando) Haddad não tiver, por acaso, agenda externa”, acrescentou.

Marinho destacou que a questão precisa ser resolvida até outubro.

Fontes disseram à Reuters em abril que o governo estudava limitar as taxas cobradas por empresas de tíquete-alimentação dos restaurantes e supermercados e reduzir o prazo de liquidação das transações para diminuir os custos de intermediação no bilionário mercado de vale-refeição, cuja abertura legal vem sendo postergada.

(Reportagem distribuída pela Reuters)

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