Economia

Brasil bate recorde na importação de diesel no 1º semestre, aponta StoneX

As importações de diesel A pelo Brasil cresceram 13,2%
Brasil bate recorde na importação de diesel no 1º semestre, aponta StoneX
Foto: Reuters / Adriano Machado

As importações de diesel A (sem mistura de biodiesel) pelo Brasil cresceram 13,2% no primeiro semestre, ante o mesmo período de 2024, para um volume recorde, diante de uma menor atividade de refinarias brasileiras e um mercado que favoreceu compras externas, disse a consultoria StoneX.

No total, o Brasil importou 7,9 bilhões de litros de diesel A entre janeiro e junho, com a maior parte proveniente da Rússia, de acordo com dados do governo compilados pela consultoria.

Dados mais recentes da reguladora ANP apontam que enquanto as vendas de diesel A no mercado doméstico avançaram 2,1% entre janeiro e maio, a produção do combustível pelas refinarias recuou 2,4%, destacou a StoneX, em relatório.

O movimento, segundo a consultoria, gerou “um aumento do déficit no balanço brasileiro do combustível, que foi compensado, em última instância, por um aumento das compras externas”.

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Além disso, as fortes quedas do preço do petróleo e do diesel no mercado externo influenciaram uma maior atratividade do combustível ofertado pelo exterior em determinados períodos do ano.

“Essa janela mais aberta foi observada principalmente a partir de fevereiro — em meio ao reajuste positivo dos preços de venda pela Petrobras, o início da queda das cotações no mercado internacional e a valorização do real –, se estendendo até meados de junho”, disse a StoneX em relatório.

A consultoria destacou que, entre abril e maio, mesmo com os três reajustes de baixa promovidos pela Petrobras em suas refinarias, foi registrado o período de maior atratividade do produto externo, “em meio ao derretimento dos futuros do petróleo e derivados”.

A queda dos preços ocorreu como impacto da implementação da nova política tarifária norte-americana e a decisão da Opep+ de acelerar o aumento da entrega de barris nos meses seguintes.

Dentre as principais origens, a Rússia seguiu ocupando a primeira posição nas vendas de diesel ao Brasil, com 4,86 bilhões de litros. Apesar de se manter como principal fornecedor, o país registrou uma redução das vendas no comparativo com o mesmo período de 2024, de 3,7%.

A participação russa nas vendas totais de diesel ao Brasil também caiu, de 71,9% para 61,3%, com os Estados Unidos assumindo uma boa parte dessa participação, indo de 6,4% para 24,7%, e passando a ocupar a segunda posição no ranking, com 1,96 bilhão de litros, desbancando os Emirados Árabes Unidos.

GASOLINA

As importações de gasolina A (sem adição de etanol anidro), por sua vez, caíram 12% no primeiro semestre, ante o mesmo período do ano passado, para 1,2 bilhão de litros, o volume mais baixo desde 2022, apesar de um aumento no consumo.

“Isso responde a alguns fatores. Entre eles, destaca-se a dinâmica de paridade de importação, com a janela se mantendo ‘fechada’ pela maior parte do semestre”, disse a StoneX, pontuando que houve ainda um crescimento da oferta de gasolina A pelas refinarias domésticas.

A Rússia também foi o principal país exportador de gasolina para o Brasil, entre janeiro e junho, com 39,1% do volume, seguido pelos Estados Unidos (32,8%) e Holanda (15,6%).

“Essa tendência indica uma maior aproximação com o mercado de combustíveis russo, conforme Moscou representou menos de 18% das importações no primeiro semestre de 2024”, ressaltou a consultoria, citando dados oficiais do governo.

“Isso pode refletir preços mais atrativos, em um cenário similar ao observado para o caso do diesel.”

Conteúdo distribuído por Reuters

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