Brasil vai investir US$ 1 bilhão em fundo para proteção de florestas

O Brasil anunciará nesta terça-feira (23) um investimento de US$ 1 bilhão no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um mecanismo multilateral de financiamento proposto pelo país para apoiar a conservação de florestas ameaçadas em todo o mundo, segundo duas pessoas com conhecimento dos planos informaram à Reuters.
O investimento será anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, em um evento das Nações Unidas, em Nova York, tornando o Brasil o primeiro país a contribuir para o fundo florestal.
A medida visa obter mais contribuições tanto de economias ricas quanto de economias em desenvolvimento, que têm divergências sobre o financiamento da política climática global.
A intenção do governo brasileiro, segundo fontes, é mostrar que o Brasil tem confiança nos resultados da ideia que está apresentando e vai “praticar o que está pregando”. O país, além de investidor, está entre os 72 que podem receber recursos do fundo.
O governo brasileiro negocia aportes já com diversos países, tanto desenvolvidos quanto emergentes. Em julho, durante reunião do Brics no Rio de Janeiro, o ministro das Finanças da China, Lan Foan, disse ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que seu país faria um dos aportes iniciais ao fundo, como mostrou a Reuters.
Outros emergentes, como os Emirados Árabes Unidos, também já demonstraram interesse, enquanto Alemanha, Noruega e Reino Unido, que participam da formulação do TFFF, também já falam em fazer aportes. Segundo as fontes, governo brasileiro ouviu que facilitaria a atração de recursos dos demais parceiros se o próprio Brasil fizesse um investimento próprio.
Os formuladores de políticas planejam o TFFF como um fundo de US$ 125 bilhões que combina contribuições de fundos soberanos e do setor privado, administrado como um fundo de dotação que paga aos países estipêndios anuais com base na quantidade de suas florestas tropicais que permanecem em pé.
Mas, para atingir essa meta ambiciosa, o Brasil precisa que governos e grandes instituições filantrópicas contribuam com os primeiros US$ 25 bilhões, o que poderia atrair outros US$ 100 bilhões de investidores privados, segundo estimativas preliminares.
Conteúdo distribuído por Reuters
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