Brasil tem o pior retorno entre os países com maior carga tributária

O Brasil segue pela 13ª vez com o menor retorno de impostos em prol do bem-estar da população entre os 30 países de maior carga tributária no mundo. É o que apontam os dados da 13ª Edição do Índice de Retorno ao Bem-Estar da Sociedade (IRBES), realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Mesmo com uma elevada arrecadação tributária, o estudo revela que o Brasil tem apresentado deficiência no retorno desses valores. O país registrou índice de 142,35, ficando atrás de outros países da América do Sul, como Uruguai e Argentina, que ocupam a nona e a 22ª posição, respectivamente.
O presidente executivo do IBPT e um dos autores do estudo, João Eloi Olenike, ressalta que essa posição do País reflete a urgência de medidas que promovam uma melhor aplicação dos recursos de arrecadação de tributos em benefício da sociedade.
“É fundamental que todos esses países se empenhem em políticas públicas que promovam o desenvolvimento humano e melhorem as condições de vida de seus habitantes. O desafio está em encontrar maneiras eficazes de direcionar os recursos arrecadados para áreas críticas que impactem a sociedade de maneira positiva”, diz.
Olenike também destaca o fato de o Brasil ocupar o último lugar entre as 30 nações avaliadas no índice de carga tributária desde sua primeira edição. “O que demonstra que o valor decorrente da arrecadação dos tributos continua sendo mal aplicado no País”, avalia.
Ele explica que, apesar de possuir uma alta carga tributária, equivalente à de países desenvolvidos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nacional reflete um desenvolvimento humano muito precário. Baseado em dados de 2022, o estudo aponta que, enquanto a arrecadação tributária equivale a 32,39% do PIB brasileiro, o IDH do Brasil fechou o ano com 0,760. “Isso serve de alerta para procurarmos melhorias urgentes”, completa.
Por outro lado, de acordo com o IRBES, a Irlanda é, pela sexta vez, a nação que melhor aplica os valores da arrecadação de impostos para ações de melhoria da qualidade de vida de sua população. Países como Suíça, Estados Unidos, Austrália e Coréia do Sul também se destacaram no levantamento.
Ranking de retorno dos imposto (IRBES):
- Irlanda – 171,72
- Suíça – 165,92
- Estados Unidos – 161,94
- Austrália – 161,49
- Coréia do Sul – 157,17
- Islândia – 156,38
- Canadá – 156,30
- Nova Zelândia – 155,95
- Uruguai – 155,78
- Israel – 154,94
- Reino Unido – 154,31
- Japão – 153,99
- República Tcheca – 152,09
- Eslovênia – 150,70
- Alemanha – 150,56
- Luxemburgo – 149,41
- Espanha – 149,31
- Hungria – 149,16
- Suécia – 148,43
- Dinamarca – 147,74
- Eslováquia – 147,66
- Argentina – 147,61
- Noruega – 146,17
- França – 146,06
- Finlândia – 145,62
- Itália – 144,98
- Bélgica – 144,44
- Áustria – 144,15
- Grécia – 143,76
- Brasil – 142,35
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