Economia

Brasil pode ultrapassar a Índia como exportador global, com suporte da China

Brasil pode ultrapassar a Índia como exportador global, com suporte da China
Entre as culturas com melhor desempenho está o algodão, com aumento real de 21,1% no VBP

São Paulo – O Brasil prevê exportações de algodão em pluma de 1,12 milhão de toneladas na safra 2018/19, o que permitiria ao País ultrapassar a Índia como segundo exportador global da commodity, em momento em que produtores brasileiros contam com suporte da China para impulsionar seus negócios.

O cenário foi traçado ontem pelo diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, numa conjuntura em que a China aplica uma taxa de 25% ao algodão dos Estados Unidos, os maiores exportadores globais, por conta de disputas comerciais.

Segundo Portocarrero, a tarifa chinesa sobre o produto dos EUA ajuda nas vendas externas brasileiras, mas o que estimula mais os embarques do Brasil é um compromisso “verbal” da China de adquirir o produto nacional, o que permitirá um plantio de 2 milhões de hectares até 2022, ante um recorde de até 1,4 milhão de hectares projetados pela Abrapa na próxima safra (2018/19).

“Os chineses falaram ao Brasil: ‘dobrem a área de algodão que vamos comprar todo o seu algodão’. Mas só vamos fazer isso se tiver mercado”, disse o executivo da Abrapa, sem revelar exatamente quando houve tal negociação. Os preços do algodão na bolsa de Nova York estão nos maiores níveis em quatro anos, outro fator que estimula os produtores brasileiros, além de um dólar forte.

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Pela previsão do executivo da Abrapa, a exportação brasileira na nova safra superaria em mais de 10% os embarques oficialmente projetados em 1,01 milhão de toneladas em 2017/18 e também apagaria um recorde histórico visto em 2011/12 (1,05 milhão).

Com um crescimento de mais de 10% no plantio esperado para a próxima safra, a produção da pluma brasileira atingiria um recorde de 2,3 milhões de toneladas, ante o patamar histórico de 2 milhões de toneladas esperado para temporada 2017/18, cuja colheita está em fase final, segundo previsão da Abrapa. A expectativa de plantio foi divulgada em momento em que produtores já venderam 15% da safra futura antecipadamente, em um ritmo considerado normal para o setor, segundo o executivo. (Reuters)

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