Brasil registra superávit recorde em setembro

Brasília – O Brasil teve superávit comercial de US$ 6,2 bilhões em setembro, maior para o mês da série histórica iniciada em 1989, novamente guiado pelo tombo nas importações em meio à crise do coronavírus, divulgou o Ministério da Economia ontem.
O dado, contudo, veio abaixo da projeção de um superávit de US$ 7,1 bilhões, segundo pesquisa Reuters com analistas.
Enquanto as exportações somaram US$ 18,5 bilhões no mês, queda de 9,1% pela média diária frente a igual mês do ano passado, as importações alcançaram US$ 12,3 bilhões, retração de 25,5% na mesma base.
Em relação às vendas para o exterior, o mês de setembro foi marcado por um aumento de 3,2% na agropecuária e de 9,2% na indústria extrativa, sempre pelo critério da média diária sobre o mesmo mês de 2019.
Por outro lado, os embarques na indústria de transformação caíram 18,7%.
Já na ponta das importações, a contração foi generalizada, sendo de 50% nos produtos da indústria extrativa, de 24,8% na indústria de transformação e de 2,8% na agropecuária.
No acumulado dos nove primeiros meses do ano o saldo da balança comercial ficou no azul em US$ 42,4 bilhões, aumento de 18,6% ante igual período do ano passado.
Ontem, o ministério reviu suas perspectivas para o resultado do ano, passando a prever saldo comercial superavitário em US$ 55 bilhões, sobre US$ 55,4 bilhões projetados em julho.
Agora, a perspectiva é de exportações de US$ 210,7 bilhões em 2020 (US$ 202,5 bilhões anteriormente), e importações de US$ 155,7 bilhões (US$ 147,1 bilhões antes).
Itens – As exportações brasileiras de minério de ferro avançaram 18,5% em setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, para 37,86 milhões de toneladas, em período em que a Vale previu aumentar o ritmo de produção.
O café verde registrou alta de 18% nas vendas externas do mês passado, para 221 mil toneladas – equivalente a 3,68 milhões de sacas de 60 kg, com a colheita de uma grande safra virtualmente finalizada.
Os embarques de milho atingiram 6,6 milhões de toneladas em setembro ante 6,44 milhões um ano antes, com o aumento na disponibilidade do grão para exportação, após a colheita da segunda safra no país.
Já o açúcar marcou um salto para 3,62 milhões de toneladas ante 1,71 milhão em setembro do ano passado, aproximando-se do maior volume exportado na história.
Até o momento, o recorde mensal de açúcar embarcado pelo país foi de 3,93 milhões de toneladas, em outubro de 2012, de acordo com os dados do Ministério da Economia. (Reuters)
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