Brasil sobe para sexto colocado no ranking mundial da energia solar

O Brasil acaba de subir duas posições no ranking mundial dos países com maior potência acumulada de energia solar fotovoltaica, encerrando 2023 com 37,4 gigawatts (GW) de capacidade operacional e assumiu, de forma inédita, a sexta colocação no balanço internacional. A informação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), com base em dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena).
Os dados consideram a somatória das grandes usinas solares e dos sistemas de geração própria solar de pequeno e médio portes, em telhados e fachadas de edifícios e em pequenos terrenos, com base na potência total acumulada ao final de 2023.
“Atingir a sexta posição no ranking mundial de energia solar é muito significativo para o País, por ter subido duas posições no ranking em um único ano, o que já é um grande mérito. E também graças ao fato de o Brasil ter adicionado em 2023 nada menos que 11,9 GW, o que coloca o Brasil como o quarto maior mercado de energia solar no mundo”, comemorou o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia. Ao analisar a potência adicionada somente no último ano, a Irena coloca o Brasil como o quatro maior mercado de energia solar no mundo no ano passado.
De acordo com ele, isso é muito representativo, pois significa dizer que o Brasil em apenas um ano adicionou mais de 350 mil novos empregos verdes à economia brasileira, uma contribuição extremamente relevante, não só no âmbito econômico, mas acima de tudo social e ambiental.
Com o avanço, o Brasil tem hoje na energia solar fotovoltaica, com os dados de 2024, mais de 41 GW em operação no País, o que representa 17,4% da potência instalada da matriz energética brasileira. “São mais de R$ 195 bilhões que o setor trouxe ao País em novos investimentos e, no acumulado de 2012 até agora, uma geração de 1,2 milhão de empregos verdes. Se pensarmos que o Brasil está sintonizado com a importância da transição energética, do avanço da sustentabilidade e do combate à mudança climática, só reforça o protagonismo da energia solar, se tiver condições de continuar crescendo de forma robusta e significativa”, explicou o dirigente.
De acordo com a Absolar, a sexta colocação coloca o Brasil em posição de destaque na geopolítica global de transição energética e é fruto dos cerca de 11,9 gigawatts (GW) adicionados da fonte solar no ano de 2023. Com isso, apenas no ano passado, o setor solar atraiu mais de R$ 59,6 bilhões de novos investimentos, um crescimento de 49% em relação aos investimentos acumulados até o final de 2022 no País.
Em relação à potência acumulada de energia solar, o ranking é liderado pela China (609,3 GW), seguida pelos Estados Unidos (137,7 GW), Japão (87,1GW), Alemanha (81,7 GW) e Índia (72,7 GW).
O presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, ressalta que, além de ser uma fonte competitiva e limpa, a maior inserção da energia solar é fundamental para o País reforçar a sua economia e impulsionar a sustentabilidade no Brasil e no mundo. “A fonte solar é um verdadeiro motor de desenvolvimento sustentável, que atrai capital, traz divisas, gera grandes oportunidades de negócios, cria novos empregos verdes e amplia a renda dos cidadãos”, aponta.
Tributação da energia solar
Porém, nem tudo que brilha é energia solar. Com a revogação de 27 ex-tarifários para importação de inversores solares, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), pode colocar em risco investimentos da ordem de R$ 26 bilhões em novos projetos fotovoltaicos no Brasil, segundo dados da entidade.
“Quando falamos de tributação, nossa expectativa é que não haja retrocesso sobre a energia solar fotovoltaica. Por isso, somos contra o aumento de impostos em cima da energia solar e também acreditamos que o governo precisa ter muito cuidado com a revogação dos ex-tarifários, que são incentivos que ajudam a reduzir a carga sobre o setor”, afirmou o dirigente.
Quando o assunto envolve ex-tarifários e a tributação sobre o setor solar, primeiro importa dizer que o Brasil ainda tem um desafio importante a superar, disse Sauaia. “Apesar do governo federal ter definido o combate às mudanças climáticas e o protagonismo na agenda ambiental como uma prioridade, a máquina pública ainda está voltada para o apoio das tecnologias do passado, fósseis, poluentes e emissoras de gases do efeito estufa. Hoje o Brasil subsidia cinco vezes mais fontes fósseis que fontes renováveis. É preciso realinhar os ponteiros dessas políticas públicas, programas e incentivos, com a estratégia de se posicionar como uma liderança na transição energética e no desenvolvimento de uma energia verde mais sustentável”, avaliou.
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