Brasileiros estão mais otimistas sobre rumos do País para o próximo ano

A proximidade de um novo ano traz expectativas positivas para quase seis em cada dez brasileiros, que acreditam que os rumos do País vão melhorar em 2024. Entre os entrevistados, 59% acreditam em uma melhora para o ano que vem, percentual maior que os 55% que apontaram perspectivas positivas para o Brasil no mesmo período em 2022. Os dados são da pesquisa Radar Febraban, que mostra ainda recuo de nove pontos entre os pessimistas, que eram 26% e agora estão na marca dos 17%.
Na avaliação de aproximadamente metade (49%) dos brasileiros, o País está melhor do que no ano passado, maior percentual da série história no intervalo de 12 meses e que representa um salto de dez pontos em relação a dezembro de 2022. Já a avaliação de que o Brasil está igual foi de 25% para 30% nesse período e os que enxergaram piora caíram de 34% para 20% nos últimos doze meses.
Após recuo entre fevereiro e outubro, a perspectiva de melhoria da vida pessoal também voltou ao mesmo patamar do final de 2022. Para 2024, a perspectiva de melhoria de vida é elevada (74%), mesmo número registrado em dezembro de 2022. Aqueles que acreditam em uma piora do cenário oscilaram de 10% para 9%.
Indicadores apontam cautela do brasileiro com a economia
Apesar das expectativas positivas de uma forma geral, as projeções sobre os indicadores acompanhados pelo Radar Febraban apontam algumas variações que apontam uma dose de cautela quanto ao rumo da economia brasileira no futuro próximo.
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- Impostos: a expectativa de aumento dos impostos termina o ano em 55% – o maior percentual foi em abril (59%) e o menor em junho e setembro (53%).
- Taxa de juros: em consonância com os recentes cortes na Selic promovidos pelo Copom, a expectativa de aumento dos juros diminuiu dois pontos (46%) comparativamente a dezembro de 2022 (48%).
- Inflação e custo de vida: a projeção de aumento manteve-se praticamente a mesma entre dezembro de 2022 (45%) e dezembro de 2023 (46%).
- Acesso ao crédito: em dezembro de 2022, 40% acreditavam que ia aumentar. Esse número varia para 43% agora.
- Poder de compra: a expectativa de melhoria do poder de compra da população subiu de 36% para 39% de dezembro de 2022 até o momento.
- Desemprego: o receio de aumento do desemprego era declarado por 31% em dezembro do ano passado, oscilando agora para 34%.
- Governo: um pouco mais que a metade dos entrevistados (51%) aprova o Governo Lula, mesmo percentual registrado na primeira onda do Radar de 2023, em fevereiro. A desaprovação, por sua vez, cresce de forma mais regular, aumentando seis pontos nesse período, chegando agora a 42%.
Para o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), os resultados desta edição do levantamento refletem o balanço positivo de 2023 e o otimismo com a chegada do novo ano. “Isso está em linha com a melhora da percepção sobre sua vida pessoal, o que se pôde ver, por exemplo, com menor expectativa de inflação e a queda na perspectiva de endividamento, para o que deve ter contribuído o Programa Desenrola, apoiado pelos bancos. O sentimento das pessoas oscilou ao longo do ano, o que é natural, mas terminar o ano olhando para a frente com melhores expectativas pode ajudar a influenciar de forma benigna 2024”, avalia.
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