Brasileiro vê avanços, mas inflação ainda é desafio

O brasileiro chega ao quarto trimestre do ano com a percepção de que sua vida pessoal e familiar avançou ou ficou estável em relação ao ano passado. É o que revela a última edição do Radar realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Trata-se do quinto levantamento seguido de 2024 em que o brasileiro se mostra mais otimista.
Somam 79% os que observam melhora (43%) ou estabilidade (36%) na dimensão pessoal e familiar. Este resultado significa uma variação de um ponto percentual em relação à pesquisa de setembro e segue próximo ao patamar de fevereiro, quando chegou a 83%. Já 20% avaliam que a situação piorou.
O estudo também indica que, à medida que se aproxima o final do ano, a maioria das pessoas se mantém otimista (62%) e acredita que sua vida pessoal e familiar vai melhorar até dezembro. Somados, se mantém estável ao longo do ano o percentual da sociedade que avalia que a vida vai melhorar ou vai se manter como está até o último mês do ano: 89%, mesmo percentual de fevereiro. Cerca de um quarto crê em estabilidade (27%) e os menos esperançosos, que estimam piora, somam 8%.
A inflação continua sendo preocupação crescente dos brasileiros em 2024. Do total de 2 mil respondentes, 77% avalia que os preços dos produtos aumentaram ou aumentaram muito em comparação com os últimos seis meses.
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Ao mesmo tempo, a percepção sobre a situação do Brasil comparativamente ao ano passado também é predominantemente de melhora ou estabilidade. Segundo o Radar Febraban, 72% avaliam que o País melhorou (40%) ou ficou igual (32%) em relação a 2023.
“A estabilidade dos dados em relação às expectativas sobre a vida pessoal e o País sinaliza que a população continua impactada por uma visão geral negativa, particularmente no período das eleições municipais, em que muitos problemas foram trazidos ao debate, e com a constante preocupação em relação à inflação. Mas em contrapartida, os dados benignos da economia e do desemprego continuam tendo influência direta e positiva em sua vida pessoal”, resume o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).
Quanto aos indicadores econômicos para os próximos seis meses, a pesquisa revelou que os indicadores mais correlacionados com a expectativa de melhoria da vida pessoal e a do País, e com maior potencial de impacto sobre essa variável, são poder de compra, acesso ao crédito, salários e endividamento.
Veja os principais resultados:
• Inflação e custo de vida: 64% apostam em aumento;
• Impostos: 62% acreditam que haverá aumento;
• Endividamento das pessoas e famílias: 64% acreditam em aumento das dívidas;
• Taxa de juros: 56% acreditam que vai aumentar;
• Poder de compra das pessoas: acréscimo de dois pontos entre os que acreditam que vai aumentar (32%) e recuo de um ponto entre os que apostam em diminuição (41%);
• Desemprego: para 30% a falta de vagas no mercado de trabalho vai diminuir, ao passo que diminuiu dois pontos o contingente que acredita em aumento do desemprego (37%);
• Crédito das pessoas e empresas: para 35% dos brasileiros, haverá aumento do acesso;
• Salários: 40% dos entrevistados afirmam acreditar em aumento salarial.
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