Economia

Brasileiros lideram aquisições de imóveis de alto valor na Flórida; confira o ranking

Localização, clima e proximidade cultural fazem do estado o principal destino dos investimentos imobiliários nos Estados Unidos
Brasileiros lideram aquisições de imóveis de alto valor na Flórida; confira o ranking
Foto: Adobe Stock

Os brasileiros lideram os investimentos para a aquisição de imóveis de alto valor na Flórida. Conforme levantamento da Florida Realtors, o preço médio das propriedades adquiridas por brasileiros é de US$ 489.519, o mais alto entre os cinco principais países compradores no estado. No total, foram gastos US$ 1,451 bilhão em compras de imóveis residenciais.

A localização, proximidade cultural, o clima e as oportunidades de investimento lucrativo fazem da Flórida o principal destino dos investimentos imobiliários de brasileiros nos Estados Unidos. Inclusive, o Brasil é o segundo país com maior taxa de investimento estrangeiro na região, com 12% do total em 2023, último dado disponível no estudo da Florida Realtors, atrás apenas do Canadá (17%).

O País também é destaque na lista dos principais países responsáveis pelos investimentos estrangeiros realizados no mercado imobiliário da cidade de Orlando, com 20% do volume total, seguido por Venezuela e Canadá, com 13% e 11%, respectivamente.

Principais países compradores na Flórida, por ordem de valor:

  • Brasil – US$ 489.519
  • Reino Unido – US$ 489.400
  • Canadá – US$ 413.200
  • Colômbia – US$ 359.437
  • Argentina – U$ 318.470

Perfil dos investidores brasileiros na Flórida

A maioria (41%) das compras feitas pelos brasileiros ocorreu na região de Miami-Fort Lauderdale-West Palm Beach; 36% foram na região de Orlando-Kissimmee-Sanford. Outras áreas incluem Jacksonville (5%) e outras regiões menores (18%).

Quanto ao tipo de propriedade, 44% dos brasileiros que investem na Florida preferem casas unifamiliares. Em seguida aparecem os condomínios (33%) e townhouses (15%). Confira os principais motivos para essas aquisições:

  • 32% dos brasileiros compraram imóveis para uso como casa de férias;
  • 29% para residência principal, sendo o maior percentual entre os cinco principais países compradores;
  • 23% para aluguel residencial.

Mais da metade (55%) compram imóveis à vista na Florida e outros 40% por meio de financiamentos com hipotecas nos Estados Unidos.

Segurança jurídica para o investidor

A corretora e consultora financeira licenciada pelo estado da Flórida Alessandra Jardim afirma que o mercado imobiliário dos Estados Unidos oferece inúmeras oportunidades para os investidores brasileiros. Ela destaca os imóveis para aluguel de curta duração em cidades turísticas e de longa duração em cidades com crescimento populacional e demanda por moradia.

Para Alessandra Jardim, a segurança jurídica é uma das maiores diferenças entre o mercado imobiliário norte-americano e o brasileiro. “Nos EUA, os contratos são mais rígidos e há menos inadimplência em aluguéis devido à facilidade de despejo”, completa.

Ela ainda ressalta as ações envolvendo a construção e o desenvolvimento imobiliário. “Para investidores com mais capital existem os fundos privados, que são ótimas estratégias pois mitigam o risco construindo em regiões diversas e projetos também variados”, explica.

Imóveis em Orlando, na Flórida, Estados Unidos.
Foto: Adobe Stock

A consultora imobiliária também destaca a liquidez do mercado americano, com vendas mais rápidas do que no Brasil. Segundo ela, os americanos também têm acesso a financiamentos de longo prazo com juros baixos e entrada reduzida.

Na visão da especialista, o sistema de listagem múltipla (MLS, sigla em inglês) torna a busca por imóveis mais transparente nos EUA, ao contrário do Brasil, onde cada corretora tem sua própria carteira. A valorização e a estabilidade do mercado também são diferenciais.

“Algumas regiões dos EUA apresentam valorização consistente, enquanto o Brasil tem um mercado mais volátil”, analisa.

Principais desafios e perspectivas para o futuro

Imóveis em Orlando, na Flórida, Estados Unidos.
Foto: Adobe Stock

A corretora Alessandra Jardim acredita que a regulamentação está entre os grandes desafios enfrentados por quem decide investir no exterior. Isso porque cada estado norte-americano tem regras específicas sobre impostos, aluguéis e financiamento.

Quanto às questões fiscais, ela aconselha que os investidores estrangeiros busquem entender o impacto de tributos como a lei do imposto sobre investimento estrangeiro em propriedade imobiliária (FIRPTA, sigla em inglês) e as regras de declaração no Brasil.

A gestão do imóvel é outra barreira, apontada pela especialista, para quem quer aproveitar as oportunidades geradas pelo mercado dos EUA, já que quem não reside no país precisará contratar uma empresa para fazer a administração da propriedade.

A variação cambial também é considerada como uma preocupação para os investidores brasileiros. “Flutuações no dólar podem impactar o retorno do investimento, por isso é necessário um bom planejamento”, esclarece.

Apesar das dificuldades, Alessandra Jardim acredita que o mercado imobiliário dos EUA registrará um crescimento da venda de imóveis para aluguel de curta duração, com o turismo impulsionando cidades como Orlando e Miami. Ela também espera um aumento na demanda por imóveis multifamiliares. “Devido à alta nos preços das casas, muitos americanos optam pelo aluguel”, completa.

No cenário macroeconômico, a especialista prevê uma possível queda nas taxas de juros nos Estados Unidos. “O FED pode reduzir juros nos próximos anos, aumentando o acesso ao crédito e aquecendo o mercado”, avalia.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas