Brasileiros optam pelo dinheiro em espécie

A Fundação Dom Cabral e a empresa de valores Brink’s divulgaram os resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi mapear os meios de pagamento mais utilizados pela população brasileira e aqueles disponibilizados nos comércios do País. O principal resultado do levantamento demonstrou que 53,4% dos entrevistados preferem utilizar cédulas e moedas para o pagamento das compras.
O segundo lugar é ocupado pelo cartão de crédito, utilizado de forma preferencial por 20% dos entrevistados, e que é, seguido pelo cartão de débito (16,5%), boleto bancário (4,6%) e o Pix (3,5%), conforme o levantamento Meios de Pagamento no Brasil.
A sequência ocorre de igual modo quando analisadas as preferências dos comerciantes, sendo que o dinheiro também é a forma de pagamento mais aceita pelos varejistas brasileiros. O dado representa que 96% dos varejistas oferecem essa modalidade para que os clientes possam quitar as suas compras. Logo após, aparecem as demais opções: cartão de crédito (91,5%), cartão de débito (89,7%) e, de forma invertida, o Pix (83,9%) e o boleto bancário (45,1%).
Contexto
No caso dos consumidores, a preferência pelo dinheiro é, para 26% dos entrevistados, pela sensação de maior controle sobre os gastos, seguido pelos seguintes estímulos: facilidade no momento de pagar a compra (22,4%), segurança (11,1%), hábito ou costume (10,1%), descontos ou preços mais baixos (9,5%), entre outros.
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Um dado relevante para análise é que 38,5% da população brasileira não têm conta bancária (43,4% são mulheres e 33,2% homens) e, ainda, que 34,3% das pessoas recebem seus rendimentos em dinheiro. Entre os entrevistados, 7,7% das mulheres se declararam sem renda própria, enquanto o percentual para homens com ausência de renda própria era 2,2%, número três vezes menor em relação às mulheres.
Já em relação à escolha pelos cartões de crédito, 36,1% dos entrevistados afirmam que a forma de pagamento garante mais facilidade. O segundo fator mais bem colocado está na possibilidade de parcelamento das compras (31,4%). Nesse caso, o controle de gastos surge como 3º colocado, com 6,1% das preferências.
Em relação ao cartão de crédito, vale ressaltar que a pesquisa demonstra que, entre os comerciantes, os estabelecimentos de grande e médio portes são aqueles que preferem os pagamentos via cartão de crédito (32,9%). O dinheiro aparece em segundo lugar, com 31,8%, seguido pelo cartão de débito, com 25,6%.
Nesse sentido, a Fundação estima que 50% dos segmentos do comércio e serviços ainda preferem receber por dinheiro.
Metodologia utilizada
Realizada em período pandêmico, de 20 de julho até 13 de agosto de 2021, a pesquisa ouviu, por telefone, cerca de 2 mil entrevistados e, entre eles, 500 varejistas de pequeno, médio e grande portes para entender o comportamento dos consumidores e as formas de pagamento aceitas nos mais diversos estabelecimentos.
Ainda no que diz respeito à metodologia, vale ressaltar que 58,3% da amostragem representam consumidores ou comércios de cidades do interior e 41,7% nas capitais, o que, segundo a FDC, representa uma tentativa de considerar as disparidades econômicas e de infraestrutura que marcam o território brasileiro.
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