Corporação proprietária do uísque Jack Daniel’s instala CD em Minas Gerais

A norte-americana Brown-Forman, que comercializa o uísque Jack Daniel’s, é a mais nova empresa a instalar um centro de distribuição (CD) em Extrema, no Sul de Minas. É a segunda empresa a ter sua instalação na cidade anunciada em uma semana. Na sexta-feira passada, foi a vez da Canetas Crown, tradicional fabricante e importadora de canetas de luxo.

O Jack Daniel’s é um “uísque Tennessee”, destilado a partir do milho desde 1876. A partir de 1956, a marca passou a pertencer ao grupo Brown-Forman Corporation, presente em 170 países e que comercializa também o uísque Old Forrester, as tequilas Herradura e El Jimador, além da vodka Finlândia.

 “A chegada desta companhia de grande atuação no mercado mundial representa mais um marco de desenvolvimento e vai impulsionar ainda mais a geração de emprego e renda para os mineiros. A vinda de novos negócios e a expansão de empresas já instaladas no Estado são provas que nossos esforços para desburocratizar e facilitar a vida dos empreendedores estão dando resultados na prática. Minas se tornou o melhor lugar para investir”, disse o governador Romeu Zema em nota à imprensa. 

Os novos empreendimentos se somam a um total de R$ 193 bilhões em investimentos no Estado desde 2019 e que, somente em 2021, geraram 102 mil novos empregos diretos. A Brown–Forman já possui um CD em Santa Catarina, mas concentrará a distribuição de 80% de seu volume de vendas na cidade mineira a partir de março. Em 2020, a empresa comercializou mais de 540 mil caixas de bebidas no Brasil.

“A localização estratégica para o nosso negócio, com fácil e rápido acesso aos grandes centros, e o modelo de administração tributária que o Estado de Minas nos oferece pesaram na escolha por instalar nosso novo CD em Extrema”, afirmou um dos gestores da empresa no Brasil,  Nilton Nunes.

A empresa destacou também o empenho e a disposição do Governo de Minas para consolidar o projeto. “Um ponto importante a ser mencionado foi o suporte técnico dado a nós pela Secretaria de Estado de Fazenda e pela Invest Minas”, afirmou Nunes.

O trabalho da Invest Minas é uma ação combinada para a qual concorrem vários setores, sejam eles públicos ou privados, e vai além de reduzir entraves burocráticos ou oferecer facilidades fiscais. O gerente de negócios da Invest Minas, Renato Garcia, cita como exemplo o de um operador logístico que precisava aprovar um projeto na vigilância sanitária para receber uma empresa do setor de saúde.

“Pode ser que uma empresa precise de um fornecimento maior de energia elétrica e aí nós vamos conversar com a concessionária para ela fazer os investimentos necessários”, explica Garcia. “Tudo isso faz parte da criação de um ambiente favorável aos negócios”, completa.

Logística

A empresa utilizará as instalações de um dos condomínios da DHL, uma das gigantes mundiais do setor logístico – a nova estrutura deve gerar dez empregos diretos e aproveitar toda a rede de serviços instalada pelo operador. A Canetas Crown vai trabalhar com a Intecom e terá vinte pessoas na administração direta. Nestes casos, é o operador logístico que faz os investimentos na construção do galpão, no aumento da frota, contrata pessoas, enfim, deixa tudo pronto para receber o empreendimento.

A DHL iniciou no ano passado as obras de um novo CD em Extrema, com 12 mil m2 e uma filial própria de transportes, que irão gerar 100 novos postos de trabalho. A área total de armazenagem da empresa na região chega a 30 mil m2, onde trabalham cerca de mil colaboradores são movimentadas mais de 100 toneladas por mês.

Cidade em crescimento

Tradicional produtora de café, a cidade de Extrema dobrou sua população entre 2000 e 2020 com o parque industrial e de distribuição que ali se instalou. Com 37 mil habitantes, é atualmente a maior economia do Sul de Minas, com um PIB de R$ 10,1 bilhões, equivalente ao de Montes Claros, que tem uma população mais de dez vezes maior.

O crescimento de Extrema está diretamente ligado ao transbordamento da economia do estado de São Paulo, cuja capital fica a apenas 100 quilômetros da cidade. “Por sua vez, o crescimento de Extrema está transbordando para as cidades ao redor, como Itapeva, Estiva, Cambuí, Camanducaia. Grandes projetos estão surgindo como os da Log, os marketplaces da Amazon e Mercado Livre; já estamos mostrando lugares como São Gonçalo do Sapucaí e Varginha, que tem um porto seco”, informa Renato Garcia.

Nos últimos anos, o município diversificou seu parque industrial e tem atraído grandes empresas do setor de e-commerce, processo que, dizem, foi acelerado em dez anos com a pandemia. “Minas Gerais tem hoje 30% da receita total do e-commerce nacional”, aponta Garcia. “A vinda das duas empresas não é um fato isolado. Muita coisa boa vai acontecer em toda a região”, adianta.