Cade pede esclarecimentos sobre sistema de pagamentos via Whatsapp

Brasília – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu à Cielo e ao Facebook esclarecimentos sobre um sistema de pagamentos via Whatsapp lançado no País em junho, mas depois bloqueado pelo Banco Central, incluindo o detalhamento das remunerações previstas para cada uma das partes.
Em documento visto pela Reuters, de 23 de julho, o Cade pediu que as empresas respondam aos questionamentos até 10 de agosto.
O órgão pediu detalhamento das “remunerações previstas para cada parte no contrato em apuração, especificando a finalidade e racionalidade econômica para estrutura de cada remuneração e taxa”.
Em princípio, o sistema de pagamentos seria isento de taxas para transferências entre indivíduos, mas donos de lojas pagariam taxa de 4%.
Entre os 12 pontos que devem ser respondidos pelas empresas, está a apresentação de razões que “fundamentem que a forma de remuneração e a estrutura operacional a ser implementada pela parceria não podem inviabilizar ou desincentivar o fornecimento de serviços de credenciamento e captura de transações por credenciadoras concorrentes da Cielo ao Facebook (WhatsApp)”.
O Cade também pediu que informem se a solução de pagamento do Whatsapp funcionará como um facilitador de pagamento ou subcredenciadora.
No fim de junho, a autarquia retirou medida cautelar , mas que continuaria com a investigação.
Já o BC bloqueou o funcionamento do sistema por causa de questões ligadas às bandeiras Visa e Mastercard e analisa o pedido de operação do Whatsapp. Originalmente, a ideia do Facebook era ofertar pagamentos por meio de cartões com essas bandeiras, incluindo transferências entre usuários.
A Cielo seria a processadora dos pagamentos e Banco do Brasil, Nubank e Sicredi seriam seus demais parceiros.
No documento, o Cade pediu que se esclareça se apenas os usuários com contas nessas instituições financeiras teriam acesso meio de pagamento e como se deu o processo de escolha dos bancos e da Cielo.
Tanto Whatsapp quanto Cielo disseram que inexiste cláusula de exclusividade no acordo. (Reuters)
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