Economia

Caem as vendas de materiais de construção

Faturamento pode recuar entre 6% e 8%
Caem as vendas de materiais de construção
Alta no preço do cimento impactou construção civil | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

O aumento dos juros, da inflação e dos preços, aliados a uma queda da renda das famílias, está impactando de forma negativa o setor de material de construção. Em 2022, as vendas devem retrair, em Minas Gerais, entre 14% a 16% frente a 2021. Em termos de faturamento, é esperado recuo de 7% a 8%.

De acordo com o vice-presidente da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac – MG), Wagner Ferreira Mattos,  ainda não é possível estimar como será o desempenho do setor em 2023, mas é esperada uma melhora do mercado a partir do segundo trimestre.

Em 2022, segundo Mattos, o setor sentiu os reflexos da crise gerada ainda pela pandemia. O aumento dos juros para conter a alta da inflação também prejudicou o desempenho do setor. Além disso, com a menor renda das famílias, houve menor demanda pelos produtos do setor. 

“O setor de materiais de construção vai encerrar o ano com queda entre 7% e 8% em termos de faturamento. O curioso é que, em termos de volume, a queda será ainda maior, devendo ser o dobro da queda da receita”.

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Ainda segundo Mattos, os motivos para o desempenho negativo são vários. “Em primeiro lugar, houve uma queda da renda das pessoas, em segundo, os produtos no ano passado tiveram aumento muito grande por causa dos reflexos econômicos e da pandemia. Os preços se estabilizaram, mas em patamares elevados como aconteceu em outros setores no mundo todo”, reitera.

Outro fator é o aumento das taxas de juros. A Selic alta começa a dificultar o acesso ao crédito e é um limitador que freia o consumo.

“Estamos observando os reflexos das medidas tomadas ou situações enfrentadas, como a pandemia, para controlar a inflação. A alta do juros contribui para a desaceleração do consumo. Aliado a tudo isso, o cenário político também interferiu de forma negativa”.

Para o próximo ano, devido às incertezas do mercado interno e mundial, segundo Mattos, não é possível estimar como será o desempenho do setor e se o crescimento será retomado. Mas, é esperado um cenário mais favorável a partir do segundo trimestre.  

“Todo início de ano é fraco para o nosso setor devido ao período em que muitas pessoas tiram férias e também pelo aumento das chuvas, que acabam impactando de alguma maneira. Este ano, ainda tem um novo governo no País. Até que as coisas se encaixem e comecem a andar tem delay. Acredito, de forma otimista, que teremos um primeiro trimestre estável em relação a 2022 ou até com uma pequena queda. A partir do segundo trimestre, temos uma perspectiva de melhora”.

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