Cai confiança dos empresários da indústria

O indicador que mede o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) recuou 4,7 pontos frente a agosto, de 62,8 pontos, marcando 58,1 pontos neste mês. Este é o resultado da pesquisa divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A pesquisa mostrou ainda que o indicador caiu 2,6 pontos em relação a setembro de 2020 – 60,7 pontos – e registrou o menor valor para o mês em três anos.
Economista da Fiemg, Daniela Muniz aponta que a queda na confiança perdeu a intensidade devido ao cenário de incerteza econômica vivida no País. “Essa baixa é atribuída às tensões nas instituições, à dificuldade na aquisição de insumos de produtos em vários setores, à crise hídrica, aumento da taxa básica de juros e à alta acelerada na inflação”.
Daniela Muniz explica que este recuo está tanto na indústria extrativa quanto na de transformação. “Não temos como apontar quais setores estão sofrendo mais com a falta de insumos, mas um bom exemplo é a automotiva, que com frequência sofre com falta de componentes”, complementa.
Outro ponto para a desaceleração está ligado à progressão no aumento da mobilidade das pessoas devido à ampliação da vacinação. “O aumento da mobilidade, por causa da ampliação da vacinação, faz com que haja uma migração das atividades para serviços e acaba diminuindo o consumo de bens e migrando para de serviços às famílias. A tendência é equilibrar menos bens e mais serviços e mobilidade”, avalia a economista da Fiemg.
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Mesmo assim, o índice permaneceu acima dos 50 pontos – fronteira entre falta de confiança e confiança – pelo 14º mês seguido, e foi 5,1 pontos superior à sua série histórica (53 pontos). O Icei nacional reduziu 5,2 pontos em setembro (58 pontos) frente a agosto (63,2 pontos), e mostrou empresários brasileiros menos confiantes.
O componente de expectativas para os próximos seis meses, de acordo com Daniela Muniz, retraiu 4,8 pontos entre agosto 65,1 pontos e setembro 60,3 pontos. Apesar da queda, o índice mostrou empresários otimistas pelo 15º mês consecutivo.
Na pesquisa, os industriais sinalizaram expectativas positivas quanto às economias brasileira e mineira e com relação aos seus negócios, embora em menor intensidade. “A perspectiva é de redução da intensidade de atividade para esse segundo semestre. Mesmo com estímulos monetários, o setor da indústria agora volta ao patamar de estabilidade”, pontua.
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