Economia

Cai índice de confiança do empresariado

Icec, medido pela Fecomércio-MG, atingiu 102,2 pontos em junho, resultado pior que o alcançado no mês anterior
Cai índice de confiança do empresariado
Empresários do setor de bens duráveis apresentaram menor índice de confiança; alta taxa de juros do País é explicação | Crédito: Alessandra Carvalho / Diário do Comércio

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de Belo Horizonte atingiu 102,2 pontos em junho, resultado pior que o verificado no mês anterior (103,9 pontos). Na comparação com junho de 2022, o resultado do sexto mês de 2023 também é menor, já que no ano passado o índice foi de 124,4 pontos. “Como está acima dos 100 pontos, o dado mostra que o empresário está ligeiramente otimista”, explica o economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), Stefan D’Amato.

O economista conta que os empresários do setor de bens duráveis apresentaram o menor índice de confiança, abaixo dos 100 pontos de referência (98,5 pontos), refletindo um pessimismo, ainda que leve. “Isso pode estar relacionado à postura do Comitê de Política Monetária, o Copom, em manter a taxa de juros elevada, o que gera dificuldades consideráveis na obtenção de crédito por parte desses empresários”, diz.

A taxa básica da economia, a Selic, está em 13,75% ao ano e está em seu maior nível desde janeiro de 2017. Em março do ano passado, o Banco Central (BC) iniciou um ciclo de aperto monetário em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

Além do crédito para investir, D’Amato observa que os juros altos reduzem o acesso ao crédito ao consumidor final bem como dificultam o pagamento das dívidas. Ele lembra que o consumidor está endividado e ainda sofre com os resquícios dos anos de pandemia que reduziram as suas reservas financeiras. “Pagar as dívidas e recompor as reservas leva tempo”, observa.

Composição

O Icec é subdividido em outros três indicadores: Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec) e Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec).

O economista observa que, apesar da queda recente no Icec, os empresários mantêm um otimismo elevado em relação ao futuro da economia, do setor comercial e de suas empresas em atividade, o que pode gerar um impacto positivo na economia local, incluindo maior investimento e aumento do emprego em Belo Horizonte.

Em junho, o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec) chegou a 132,7 pontos, valor superior ao observado no mês anterior. O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec) chegou a 100,2 pontos. O resultado mais baixo foi verificado no Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) que chegou a 73,8 pontos, 2,6 pontos inferior ao observado no mês anterior (76,4).

Para o economista, a perspectiva para o segundo semestre é de melhora na confiança em função de vários fatores, seja pelas datas fortes do varejo nesta época, como Black Friday e Natal, além da injeção de mais recursos na economia, com o pagamento do 13° salário e o impacto do programa do governo federal para quitação das dívidas, o Desenrola Brasil.

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