Caixa destina mais de R$ 10 mi a projetos mineiros de reflorestamento de bacias

A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta semana, a habilitação de três projetos selecionados no âmbito do Programa Águas Brasileiras, sendo que dois deles compreendem esforços para o plantio de árvores com foco na recuperação de cursos d’águas que abastecem o Rio São Francisco, em Minas Gerais.
Lançado pelo Governo Federal em janeiro de 2021 e de competência principal do Ministério do Desenvolvimento Regional, o Águas Brasileiras pretende, conforme divulgado pela pasta, “ampliar a quantidade e a qualidade da água disponível para consumo e para o setor produtivo”, e promover, ainda, o desenvolvimento das regiões e famílias que vivem nos locais onde os 26 projetos selecionados por meio de edital de chamamento público serão executados.
Os projetos selecionados no âmbito do edital ficam disponíveis para o financiamento por instituições que queiram patrociná-los com recursos privados, o que ocorreu com o Nascentes Vivas e o de Recomposição Florestal da Sub-bacia do Ribeirão Sabará-Caeté, em Sabará, que, juntos, irão receber recursos da Caixa da ordem de R$ 10.945.000,00.
Nascentes Vivas
O escopo do projeto Nascentes Vivas, que concentrará as ações na região de Montes Claros, no norte do Estado, prevê a recuperação de 1.500 nascentes localizadas em 27 municípios da região da Bacia do Rio Verde Grande. Para isso, até fevereiro de 2023, o projeto passará por etapas de mobilização social, compras de insumos, cercamento das nascentes e abertura de berços para o plantio de mudas de árvores lenhosas e frutíferas típicas do Cerrado e da Caatinga.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Segundo o coordenador do projeto, André Horta, o plantio das mudas será feito entre outubro e dezembro de 2022, no período chuvoso, para garantir o maior índice de sobrevivência das mudas plantadas e o restabelecimento da cobertura vegetal próxima às nascentes. Ao todo, somente o Nascentes Vivas receberá repasses de R$ 10,2 milhões durante a execução das etapas.
Ainda para Horta, o que irá garantir o sucesso do Nascentes Vivas e aumentar as chances de replicação do projeto em outras áreas é a mobilização da comunidade. “As ações de educação ambiental é que vão mostrar para os proprietários contemplados com as mudas que é necessário fazer a manutenção, porque isso garante a disponibilidade de água na propriedade. E cada nascente contribui para a vazão dos rios que são utilizados para o abastecimento de água humano, da agricultura e indústria”, ressalta Horta.
Conforme lembra o coordenador do Nascentes Vivas, além da segurança hídrica a nível local e regional, um segundo incentivo para as pessoas está na própria geração de renda para os produtores rurais que vão ser contemplados com as mudas predominantes dos biomas da região, por meio da garantia do abastecimento já destacada, e o potencial alcance da circulação de recursos de forma indireta, já que haverá a compra de insumos para a realização do projeto e a contratação de mão de obra, por exemplo.
Sabará-Caeté
O chamamento público do Ministério do Desenvolvimento Regional também foi uma oportunidade para a Probiomas, empresa especializada em produtos e soluções ambientais, realizar o plantio de 60 mil mudas de espécies também nativas do Cerrado que contribuirão para o reflorestamento de áreas degradadas às margens da Sub-bacia do Ribeirão Sabará-Caeté, que abastece o Rio das Velhas, afluente do Rio São Francisco.
O plantio será realizado entre os municípios localizados entre Sabará e Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). De acordo com a gestora ambiental da Probiomas, Edna Nogueira Araújo, as árvores plantadas em torno das nascentes irão contribuir para a recomposição das microbacias que hoje abastecem a cidade de Sabará e entorno.
Como principais ganhos, a gestora elenca a disponibilidade de água para as famílias que residem na região mapeada para reflorestamento, já que entre junho e dezembro a região sofre com a escassez de água devido à seca registradas em fontes naturais de várias nascentes, e o fomento às alternativas de renda para a população.
“Essas famílias serão beneficiadas com o recebimento de mudas para a recomposição de áreas degradadas e implantação de pomares. E essas plantas nativas podem gerar frutos como jabuticabas, goiabas, mangas e ameixas. No futuro, esses frutos podem ser transformados em doces, bebidas, gelados e farináceos com potencial para fomentar a economia regional. Com isso, nós buscamos aumentar a quantidade e a qualidade das águas, proteger as nascentes e construir corredores ecológicos e econômicos na região”, explica a gestora ambiental.
Durante a execução do projeto, também estão previstas atividades de educação ambiental, a orientação sobre o plantio de mudas e o cuidado com as árvores. As etapas do projeto envolvem custos estimados em R$ 745 mil, e os valores serão custeados a partir do cumprimento das mesmas.
Caixa Florestas
Em nota, o Banco informou que foram assinados, na última segunda-feira (18), junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional, os protocolos de intenção que viabilizam a execução dos projetos mineiros habilitados pela Caixa, e um terceiro localizado em Tocantins, iniciativas essas que serão financiadas no esfera do Programa Caixa Florestas.
“A CAIXA ressalta que, por meio do Programa CAIXA Florestas, destina parte de seu lucro líquido para implementar iniciativas que promovam a revitalização e preservação de nascentes e bacias hidrográficas do país, promovendo inclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade, além de abarcar o apoio a projetos de preservação da fauna e da flora e de iniciativas de educação socioambiental e ensino de microfinanças para a população”, informou o Banco.
Com o Programa Caixa Florestas, a instituição pretende apoiar o plantio de 10 milhões de árvores no país nos próximos 5 anos.
Em relação à execução dos projetos em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável considerou o Caixa Florestas como uma importante iniciativa para fomentar a preservação ambiental, ainda que não haja participação do Instituto Estadual de Florestas – responsável por 50 viveiros no Estado – nos projetos.
Ouça a rádio de Minas