Economia

Câmara aprova fixação de auxílio em R$ 400

Permanência do valor ampliado do benefício que substituiu o extinto Bolsa Família ainda será analisada pelo Senado
Câmara aprova fixação de auxílio em R$ 400
Deputados da oposição, mesmo votando a favor, denunciaram que medida é eleitoreira | Crédito: REUTERS/Adriano Machado

Brasília – A Câmara dos Deputados aprovou ontem medida provisória que torna permanente o pagamento de R$ 400 a famílias beneficiárias do Auxílio Brasil. A proposta segue agora para o Senado, e precisa ter sua tramitação concluída no Congresso até o dia 16 de maio ou perde a validade.

 O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já adiantou que a MP será levada ao plenário da Casa dentro do prazo.

Originalmente, a MP permitia apenas a concessão de um benefício extraordinário para complementar o Auxílio Brasil de dezembro de 2021 a dezembro de 2022. O relator da proposta, João Roma (PL-BA), ex-ministro da Cidadania do governo de Jair Bolsonaro, acatou emenda após amplo acordo com líderes e modificou o texto para autorizar o pagamento perene do benefício.

Aprovado por 418 votos a favor e sete contrários, o texto recebeu a chancela até mesmo de integrantes da oposição, que comemoraram sua aprovação. Mas muitos deles não deixaram passar despercebido sentimento de que o governo só teria autorizado a concessão permanente do benefício por se tratar de um ano de eleições gerais.

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Oposição – “Auxílio Brasil ou auxílio eleitoral? Está absolutamente claro, nítido, que o interesse é eleitoreiro. E mais: vamos comparar e ver que o poder de compra daquilo que está previsto nesse auxílio corrói, impede qualquer avaliação de que o aumento do valor signifique valor real”, apontou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

A oposição também advogava por um valor maior, de R$ 600, para o benefício. Em plenário, Roma argumentou que a legislação impede uma ampliação do valor do auxílio.

“Quanto às demais emendas, compreendemos que elas acarretam aumento de despesas públicas, sobretudo aquelas que propõem o aumento do valor do benefício extraordinário ou que preveem o seu pagamento em duplicidade em determinados casos. Tais emendas nos causam preocupação, pois sabemos que, em ano eleitoral, é proibido ao presidente da República conceder benefícios sociais que já não estejam autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior”, afirmou o relator.

Mais cedo, Pacheco avaliou que a MP será aprovada e disse que a probabilidade, entre os senadores, é de manutenção do valor, uma vez que há senso de responsabilidade fiscal na Casa.

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