Economia

Greve dos caminhoneiros: setor ameaça paralisar transporte de cargas por causa de frete

Transportadores rodoviários alegam dificuldades financeiras devido ao descumprimento da lei que criou o Piso Mínimo de Frete em 2018
Greve dos caminhoneiros: setor ameaça paralisar transporte de cargas por causa de frete
Foto: Alisson J. Silva / Arquivo / Diário do Comércio

Os representantes da categoria de transporte de combustíveis e derivados do petróleo apontam para as chances de uma nova greve geral dos caminhoneiros no Brasil. Os transportadores rodoviários de cargas alegam estar passando por dificuldades financeiras devido ao descumprimento da lei que criou o Piso Mínimo de Frete, em 2018.

O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, expõe a insatisfação e indignação da categoria com essa situação. Segundo ele, os profissionais e demais entidades representativas do setor não irão mais aceitar esse descumprimento.

“Diante dessa situação, estamos novamente à beira do caos do transporte no Brasil, podendo paralisar todas as operações de serviço de transporte, em geral, a qualquer momento”, afirma.

Gomes destaca que empresas, cooperativas e os motoristas autônomos, de todos os segmentos, estão passando pelos mesmos problemas. “Estamos vivendo um caos financeiro, e a insatisfação é geral. Mas não vamos mais aceitar o desrespeito à lei. Exigimos o pagamento de um frete justo”, declara.

Piso do frete foi criado após greve dos caminhoneiros

O líder sindical lembra que a lei do Piso Mínimo de Frete foi sancionada em 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer, após a ocorrência de uma grande greve dos caminhoneiros.

“Foram 11 dias de paralisação, durante os quais a categoria de transporte rodoviário de cargas provou que sem caminhão o País para. Por isso, não vamos abrir mão dessa conquista”, disse.

Para o presidente Sindtanque-MG, se algo desse tipo ocorrer novamente, os trabalhadores do setor de transportes não serão os culpados, mas sim, as autoridades governamentais do País.

“Fica aqui a minha insatisfação e indignação sobre a falta de sensibilidade do governo em não fiscalizar esse absurdo que está acontecendo no País, pois quem hoje trabalha no transporte, tem seu caminhão e depende desse sustento, está pagando para trabalhar”, completa.

Setor cobra mais fiscalização no cumprimento da lei

Gomes ainda ressalta que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não tem feito o seu papel de fiscalizar o cumprimento da lei.

“A lei diz que a ANTT tem que fiscalizar, o que não acontece. Mas a partir de agora não vamos mais aceitar que a lei seja banida”, informa.

Ele também protesta contra os casos de contratantes de serviços de transporte de cargas que burlam outras leis. Segundo o dirigente sindical, muitos não estão pagando pedágio, diárias dos veículos carregados, impostos e, tão pouco, o mínimo obrigatório do frete.

“Não bastasse, as empresas, cooperativas de transporte e caminhoneiros autônomos vivem sob ameaças de contratantes. Os que cobram dos contratantes o cumprimento das leis, não recebem mais trabalho”, denuncia.

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