Economia

Capital concorre a título da Unesco

Capital concorre a título da Unesco
Crédito: Divulgação

A candidatura de Belo Horizonte ao título de Cidade Criativa da Gastronomia pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) foi anunciada ontem, durante o Encontro Cidades Criativas: Turismo e Gastronomia, promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e pela Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), na sede da PBH.

De acordo com o presidente da Belotur, Aluizer Malab, Belo Horizonte tem na diversidade de sabores e ingredientes uma das suas maiores riquezas e que faz jus ao slogan “cidade surpreendente”. “A gastronomia é um ativo muito grande da cidade e do Estado. Enquanto a globalização pasteuriza o olhar, a gastronomia é capaz de nos oferecer o único, a experiência. Belo Horizonte é a porta de entrada de Minas e vamos trabalhar a singularidade da cultura mineira”, explicou Malab.

Como embaixador da candidatura foi escolhido o chef Leo Paixão, eleito o Chef do Ano 2018 Prazeres da Mesa e chef do restaurante Glouton e Bar da Esquina, ambos em Belo Horizonte. Ele vai apoiar a articulação com a cadeia produtiva da gastronomia, a elaboração do book da candidatura e as ações de marketing e promoção e construção do dossiê técnico.

“Belo Horizonte é o centro gastronômico do Estado de maior relevância gastronômica do País. Temos crescido em qualidade gastronômica e chefs muito criativos que estão resgatando os nossos produtos. No mundo a gastronomia vive a revalorização da regionalização e o que fazemos aqui é nosso e isso é o mais importante”, afirmou Paixão.

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Ao longo do encontro os participantes tiveram a oportunidade de se aprofundar na experiência peruana. O país que foi eleito seis vezes o World Travel Awards na categoria Melhor Destino Gastronômico do Mundo. Segundo a diretora de Turismo e Imagem do Escritório Comercial do Peru no Brasil, Milagros Ochoa, para que um trabalho como esse seja realizado com sucesso, é preciso que s pessoas do lugar acreditem na proposta.

“Hoje os peruanos são os maiores propagandistas da marca, porém esse não é um trabalho fácil. É preciso reunir as pessoas, convencê-las. Então tivemos que fazer um trabalho de reposicionamento também para os peruanos. Hoje, o peruano sai com a marca pela roupa, pelo corpo e são promotores da nossa marca”, pontua Milagros Ochoa.

Brasilidades – Pelo lado brasileiro estiveram presentes as cidades de Florianópolis (SC), Belém (PA) e Paraty (RJ), todas já admitidas como cidades criativas pela Unesco. O superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação de Florianópolis, Marcus Rocha, chamou a atenção para o fato de que na capital catarinense a gastronomia estar sob a pasta de Inovação.

“Normalmente a pasta da Cultura ou do Turismo assume o programa. Lá, a pasta da Inovação é a responsável, mas ela não fica isolada. Normalmente quando falamos de Florianópolis pensamos primeiro nas praias, mas o turismo não é mais a principal atividade econômica da cidade. Hoje, a tecnologia é o nosso principal vetor econômico, com 30% do ISS. A inovação, promovida inicialmente pela tecnologia, é o motor que escolhemos para puxar os outros setores econômicos, inclusive o turismo, por meio da economia criativa. Criamos, em 2012, uma lei municipal de inovação. A nossa ideia como o programa Cidade Criativa da Gastronomia é gerar inovação, criar startups que vão criar inovações, gerando desenvolvimento econômico focadas na economia criativa”, destacou Rocha.

Em Belém, o primeiro grande desafio foi reconhecer nas atividades do dia-a-dia valores capazes de serem entendidos pela Unesco como algo singular e criativo e de se tornarem, na sequência, atrativos turísticos. “Até a nossa candidatura o trabalho era feito de modo muito compartimentado. As coisas aconteciam, mas não dávamos o devido valor. Foi preciso juntar todo mundo e reconhecer as nossas singularidades e capacidades”, relembrou a assessora da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem), Mônica Lobato.

Já a cidade mais recentemente incluída pela Unesco na lista de cidades criativas pela gastronomia, Paraty é também a menor entre elas. Para a secretária de Cultura de Paraty, Cristina Maseda, a gastronomia é um patrimônio da cidade capaz de costurar as várias manifestações culturais e os vários eventos que a cidade abriga.

“Paraty é essa cidade histórica e as praias que todos conhecem, mas é principalmente as suas comunidades tradicionais. Os eventos, a alta temporada, tudo passa, mas a gastronomia fica, ela existe todo o tempo e é capaz de cativar, emocionar e fidelizar os visitantes”, avaliou Cristina Maseda.

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