Carapreta fecha contrato de R$ 80 mi em expansão para Oriente Médio

Talvez os irmãos José, Rodolfo e Adolfo não imaginassem que o negócio lançado por eles em 1978, 45 anos depois fosse tão longe no mercado. No último ano, a Carapreta, empresa de produção de carnes nobres, alcançou o mercado do Oriente Médio. Após uma reforma em sua planta industrial estimada em R$ 23 milhões para habilitar a produção para além da demanda do mercado brasileiro, neste mês a Carapreta começa de vez a sua expansão em terras árabes.
A grife de carnes ampliou os horizontes e fechou um contrato com a Domi International, trading brasileira especializada em comercialização global de carnes bovinas, liderada pelo empresário Douglas Domingues.
Genuinamente mineira, com fazendas em São João da Ponte e Jequitaí, cidades próximas a Montes Claros, no Norte de Minas, a empresa prevê que, com a expansão pelo Oriente Médio, o seu faturamento salte 20% em 2023 em comparação com o ano passado.
Localizado na zona de confluência do continente asiático com a Europa e a África, o Oriente Médio é hoje um importante consumidor de carnes nobres do agronegócio brasileiro.
Antes mesmo de expandir para a região, a marca, no entanto, já exportava para países como a China, Bahamas, Bermudas e Uruguai.

(Crédito: Arquivo Carapreta)
“Uma das estratégias nossas para melhorar o faturamento na pandemia foi justamente exportar para o Oriente Médio. Trata-se de uma expansão de R$ 80 milhões, sendo um contrato muito robusto. E esse contrato com esse player exclusivo fará com que nossos produtos sejam exportados para Dubai, Arábia Saudita e demais localidades dos Emirados Árabes Unidos”, enfatiza o CEO da Carapreta e também vice-presidente do Instituto Foodservice Brasil (IFB), Vitoriano Dornas.
Planos focam também o food service
Apesar da aposta na exportação ser o grande plano de negócios do ano para Vitoriano Dornas, a Carapreta tem investido pesado em qualidade de produtos. No ano passado, a empresa anunciou a missão de produzir as melhores proteínas de origem animal do mercado mundial. E, por ser um braço de agronegócio do grupo mineiro A.R.G, o player investiu cerca de R$ 1 bilhão no Norte de Minas. O projeto, que foi iniciado em 2017, deve ser finalizado ainda neste ano e tem como meta ampliar a produção e aprimorar os processos.
“2022 foi um ano com crescimento muito forte na área comercial, destinado à questão de exportações e de food service, que é uma aposta nossa para a região do Grande ABC paulista e também para a cidade do Rio de Janeiro, com aumento da demanda de industrializados de hambúrguer e linguiça para supermercados e mercados. Inclusive, estamos totalmente focados na alta gastronomia do pequeno varejo e restaurantes para essa expansão“, elenca o empresário. O passo agora é posicionar a força da marca de forma estratégica para levar o padrão de qualidade dos produtos ao mercado paulista e carioca.
Atualmente, a marca já é fornecedora de alguns dos principais restaurantes do País. Dentre as empresas, estão a Outback Steakhouse, do grupo Bloomin’ Brands; a rede Mania do Churrasco Prime Steak & House; além das badaladas redes de churrascaria Rubaiyant e Pobre Juan.
Mais especificamente no Norte de Minas, a empresa também apostou em uma usina fotovoltaica própria, destinando um investimento na ordem de R$ 20 milhões. Contudo, ainda ocorreu a ampliação da produção de soja numa área de 2.500 hectares, com investimentos focados em tratamento de qualidade ao gado nas fazendas próprias. “Grande parte dos nossos investimentos é na região do Norte de Minas. Região, inclusive, que tem um IDH muito baixo e necessita de investimentos”, destaca.
Em 2022, a empresa registrou um crescimento de 34,2% em vendas frente ao desempenho da receita registrado no ano de 2021. Uma das recentes comemorações da empresa foi ainda a inauguração de sua primeira loja modelo de negócios, instalada no bairro Belvedere, região nobre de Belo Horizonte, que rendeu somente em dezembro do ano passado um faturamento de R$ 450 mil.
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