Carnaval de BH tem desempenho positivo
É somente neste domingo (26) que termina o Carnaval de Belo Horizonte 2023. Ainda devem desfilar cerca de 30 blocos carnavalescos. Porém, entidades representativas do setor privado da Capital já comemoram os resultados do evento. Apesar de ainda não ter um balanço fechado quanto ao número de foliões que estiveram pela cidade, a Belotur estima que a marca de 5 milhões de pessoas pode ser superada até lá. Quem prevê é o presidente da entidade, Gilberto Castro.
“Nós vimos um número de movimentação de público tanto na rodoviária, quanto no aeroporto bastante significativos. A ocupação nos hotéis da mesma forma, também é significativa. Nós tivemos também um carnaval seguro, um carnaval tranquilo nas ruas e com limpeza funcionando. Ou seja, o nosso planejamento, até o momento, foi bem executado, e a gente espera até domingo manter essa mesma qualidade”, avalia Castro.
Patrocinando pela primeira vez o Carnaval de BH, o Sistema Fecomércio, que é composto também pelo Sesc e o Senac, entendeu que, para oferecer qualidade ao evento, seria necessário apostar no bom atendimento ao público. “Nós investimos nesse Carnaval, entendendo que os ambulantes precisariam de apoio na questão de capacitação profissional com cursos e equipamentos que continham guarda-sol, bonés e cartilhas instrutivas para um bom trabalho”, disse o presidente Nadim Donato.
De acordo com o presidente da entidade, manter os hotéis de Belo Horizonte lotados, assim como os bares e restaurantes, fazendo com que vários turistas viessem de fora, e que os belorizontinos continuassem dentro da cidade aproveitando o Carnaval, foi a resposta de um intenso trabalho de fomento do evento.
“Nós conseguiríamos uma circulação muito boa de dinheiro na cidade, e agora com a reabertura do comércio, esse dinheiro volta a circular. Afinal, foram muitas pessoas contando com a oportunidade de fazer um trabalho extra, tendo uma renda extra, e isso traz dignidade e traz desenvolvimento econômico para a cidade”, pontua Donato.
Setor hoteleiro estima R$ 11 milhões de faturamento somente em BH
O Carnaval para a hotelaria de Belo Horizonte teve dois fatores importantes em 2023. Um deles foi a relativa estabilidade da taxa de ocupação quando comparado ao melhor Carnaval que até então ocorreu em 2019. “Nós não tivemos Carnaval por dois anos, e o de 2020 foi prejudicado pelo problema das enchentes naquela época. Então, diante de 2019, nós tivemos uma ocupação levemente superior este ano”, diz o Consultor Hoteleiro da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih MG), Maarten Van Sluys.
Há ainda um fator extremamente positivo, as diárias, segundo Maarten. O valor médio das diárias atingiu esse ano R$ 360, contra R$ 170 em 2019. “Isso representa um aumento de 153%”, diz. Como a ocupação foi basicamente a mesma, na casa dos 70%, o consultor afirma que o faturamento também foi de alta. “A receita aumentou 150% no setor, e isso é um índice muito bom de crescimento”, destaca Sluys, adiantando um faturamento estimado em R$ 11 milhões durante os quatro dias do Carnaval.
A grande expectativa agora, conforme aponta Maarten é quanto ao movimento pós-Carnaval. “O ano corporativo começa agora na segunda-feira (27)”, frisa o empresário, fazendo alusão à necessidade de obter importante fluxo ao longo do ano. “A nossa expectativa é de recuperar o prejuízo dos dois anos da pandemia. Foram anos de queda do faturamento, alguns com dívidas, impostos atrasados, redução de quadro de funcionários. Enfim, o setor considera que possam vir bons resultados, assim como o Carnaval foi muito positivo”, espera.
Trânsito prejudicou acesso aos estabelecimentos, diz Abrasel MG
Com a retomada dos grandes eventos, bares e restaurantes precisaram recompor seus estoques, o que incluiu uma mira também no Carnaval. Por ser a Capital dos bares e a Cidade da Gastronomia Criativa, não sobraram motivos para que Belo Horizonte não vivesse o maior de seus Carnavais.
“Foi extremamente positivo para a gente a presença do grande movimento de público pela cidade. Embora, fomos prejudicados pela greve do metrô e pelo trânsito não somente no Hipercentro, mas também por outros pontos de BH. A falha na acessibilidade prejudicou os foliões e também os estabelecimentos. Esperamos que essa questão seja melhorada para a próxima edição. No entanto, a segurança e a limpeza da SLU foram impecáveis, com elogios dos nossos clientes dos mais diferentes lugares”, afirma a Conselheira da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel MG), Karla Rocha.
Ela acredita que os problemas envolvendo o trânsito da cidade foram reflexos pelo qual o setor ainda não tenha atingido a expectativa de 20% de movimentação, frente 2020, conforme era previsto. Mas, aguardando ainda a finalização da programação oficial neste domingo, estima-se que a meta possa ser alcançada com o fluxo de pessoas no fim de semana.
“Uma coisa é fato, um grande movimento de público não quer dizer que tenhamos um grande faturamento. A gente ainda não pode comemorar a volta da lucratividade, pois estamos diante da alta dos produtos e essa alta é grande. E, outra situação é que estamos segurando ao máximo para que os preços não sejam repassados ao cliente, mas esperamos que esse cenário passe e possamos voltar ao patamar pré-pandemia”, afirma Rocha.
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