Carnaval: movimento aquém do esperado nos bares e restaurantes

O setor de bares e restaurantes de Belo Horizonte tinha grandes expectativas para o Carnaval. Por vários motivos, a começar pelo fato de a Prefeitura não decretar ponto facultativo, impedindo a saída em massa da cidade de seus funcionários. Outra razão para esperar uma boa performance era o avanço da vacinação, que, segundo empresários do setor, já vinha animando o consumidor a sair de casa e se divertir.
Mas o movimento foi abaixo do esperado. Uma pesquisa feita ontem pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Minas mostrou que o Carnaval de 2022, quando comparado com o de 2020, antes do fechamento, foi pior para 58% dos bares e restaurantes da Capital. E, para 34% dos entrevistados, foi pior que o de 2021. Ou seja, o Carnaval melhorou em relação a 2021, mas ficou bem aquém do de 2020.
“As casas que trabalham na parte de lazer, de atendimento às famílias, venderam mais”, aponta o presidente da Abrasel MG, Matheus Daniel. “O setor é muito diversificado e o Carnaval acontece de maneira diferente para cada um”, completa.
Matheus Daniel tem um negócio de delivery na área comercial, que costuma não ter bons resultados no Carnaval. “Eu resolvi abrir e foi muito bom”, revela.
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Jonatas Lindson, maitre e responsável por gerenciar o salão do Gastrô Hub, restaurante localizado no bairro Serra, esperava um aumento de 10% na frequência da casa neste Carnaval. Especializado em quatro culinárias (japonesa, chinesa, brasileira e italiana), o restaurante teve um resultado positivo, porém menor que o previsto: o Gastrô Hub vendeu 5% a mais neste Carnaval, quando comparado ao do ano passado.
Mesmo assim, Lindson comemorou o resultado. “Em 2021, estávamos bem no início da vacinação e havia lei seca, foi muito ruim. Este ano, mesmo sem os desfiles de blocos, senti que o consumidor teve mais confiança em sair de casa”, conta o maitre.
Retração dos indicadores
Para o presidente da Abrasel MG, o importante agora é acompanhar os índices de contaminação pela Covid-19. “Temos que ver como o RT de Belo Horizonte, que está abaixando, vai se comportar. Hoje, todos os índices estão verdes, o que mostra que há um controle da pandemia”, afirma Matheus Daniel.
Para ele, a tendência é a redução progressiva das restrições ainda existentes. “Estamos insistindo com a prefeitura para acabar com a proibição das pistas de dança, tanto para valorizar os músicos quanto para deixar que o pessoal se divirta. Agora, o que temos que fazer é cobrar vacinação e ter alguns cuidados, mas temos que seguir a vida, dentro do possível”, conclui.
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